• Firme em cálculos?

    Publicado por: • 11 jan • Publicado em: A Vida como ela foi

     Nem tinha 17 anos quando um amigo do meu pai perguntou se eu não gostaria de ganhar um dinheiro como frentista do posto de combustíveis dele. Como ficava do lado da minha casa, achei a ideia ótima. Primeiro, ele colocou uma série de questões básicas, teria que ser fora do horário da escola, procedimentos de segurança que eu teria que fazer, entre outras.

     Tem que esclarecer que todos os adolescentes daquele tempo queriam entrar rápido em um trabalho para ganhar alguns trocados que fosse. Não existia essa proibição de menor de idade trabalhar. Eu e muita gente da minha geração, hoje, damos graças a Deus por isso. Não pode isso e aquilo e, desse jeito, estamos criando poltrões ou florzinhas-não-me-toques. Então o amigo do meu pai fez a pergunta final:

     – És firme em cálculos?

     Puxa vida, não tinha contado com isso. Eu não era. Antes das calculadoras manuais, você tinha que fazer as quatro operações de forma rápida e precisa com lápis e papel. E do frentista exigia-se isso, para calcular quanto o cliente tinha que pagar por xis litros de gasolina vezes o preço quebrado do litro. Acabei não conseguindo o emprego porque eu não era bom em cálculos.

     Há pouco tempo, lembrei desse episódio e fiquei matutando qual seria meu futuro financeiro se eu tivesse conseguido o emprego de frentista. E à luz de hoje, foi até bem melhor. Naqueles tempos, a bomba não fazia CLIC quando a gasolina atingia o sensor. Tinha de saber quando o taque estava cheio no olho e, principalmente, no ouvido.

     Imagina uma bomba sem CLIC.

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  • Eleitor é um indivíduo que goza do privilégio sagrado de votar numa pessoa que foi escolhida por outra pessoa.

    • Ambrose Bierce •

  • A volta do Conde Drácula

    Publicado por: • 11 jan • Publicado em: Notas

     Qual vampiro que banharam em sangue, ressurge nas redes sociais o assunto dos 160 Toyota Corolla que o governo comprou (em licitação) para a Brigada Militar. Parece mentira, mas assim é o fundamentalismo guasca. É na base do crê ou morre. Pior é que estão chamando o Corolla de “carro de luxo”. O carro é muito bom, durável, confiável, mas dali a chamá-lo de carro de luxo vai um ano-luz.

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  • Rente ao chão

    Publicado por: • 11 jan • Publicado em: Notas

     É uma das nossas manias de comparar por baixo. Quem acha que Corolla é luxo nunca andou nem viu um. Compreende-se até certo ponto que jornalistas digam isso. Como o nível salarial da nossa categoria é muito baixo – menos que um cobrador de ônibus de Porto Alegre ou o piso dos jornalistas do Piauí. Bastou custar mais que um carro popular para ser luxuoso.  

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  • Os assumidos

    Publicado por: • 11 jan • Publicado em: Notas

     Na enganação dos horóscopos diários lê-se ora num signo ora em outro – rodízio de obviedades – que “é um dia bom para assumir responsabilidades”. Me digam, quando não é?

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