• Cegos, surdos e teimosos

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Caso do Dia

     Conversar com passarinho que encarnou Hugo Chávez dá nisso. Onde estava a esquerda festiva latina e brasileira quando os sinais do desastre venezuelano eram questão de tempo? Como que a esquerda mais esclarecida não tirou o cavalinho quando Hugo Chávez e seu ungido Maduro (para fazer bobagens) destrambelharam a economia de um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mesmo quando o preço do barril era mais em conta?

     A esquerda festiva, aquela que tem pôster do Che Guevara no quarto e no papel de parede do computador e tem orgasmo quando alguém diz “Viva la revolución” no seu ouvido, essa nunca soube de nada, nem mesmo os princípios basilares da economia e como as coisas funcionam. Que países com regime comunista ou nome de fantasia que tenha (nunca deixem eles chamarem vocês de comunistas, escreveu Antonio Gramsci) sempre fracassaram econômica e administrativamente, até as foices e martelos sabem.

     O homem é o único animal que cai no mesmo buraco duas vezes, repito. Quando não é por falta de conhecimento da história, burrice ou fé cega, ou os três juntos. Agora está aí o triste espetáculo: 70% das crianças venezuelanas são subnutridas.

     E Maduro.

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  • A vitória dos dedos

    máquina de escrever antiga com detalhes de dedos digitando

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

     No tempo em que se usava máquina de escrever, condição sine qua non para se obter qualquer emprego mais qualificado era saber “bater à máquina”, e precisava ser rápido e escrever com um mínimo de erros. E tinha ainda que alinhar o texto na margem direita, não essa moleza de hoje em que o computador faz tudo automaticamente. Havia escolas de datilografia, nas quais se ensinava a usar os dez dedos. Eu, humilde marquês, como dizia o Ho Chi Mim gaudério, só usava dois deles e os polegares para a barra dos espaços.

     Chama-se essa técnica de “dedografia”, usando os indicadores, e posso garantir que eu era bem rápido. Como para escrever em lauda de jornal, as correções podiam ser feitas depois, com Bic, ninguém dava muita bola porque havia uma função na redação chamada copidesque. A turma que reescrevia teu texto para depois rumar para a área técnica. CDF mesmo só fora de jornal, como no banco em que comecei a trabalhar com 17 para 18 anos.

     – Não vais longe na carreira sendo dedógrafo – implicava meu chefe imediato. Tens que usar os dez dedos!

     Olha eu tentei, mas não teve jeito. Não conseguia me convencer que, para ser bancário, precisava usar os dez dedos para datilografar. Mas, na época, a doutrina era essa. E até hoje uso o mesmo sistema no computador. Confesso que me dá uma certa inveja ver a gurizada manejar o miniteclado do smartphone em alta velocidade.

    dedos digitando em smartphone

    Mas eles usam só dois dedos, os polegares! Essa é minha vingança. A tecnologia avançou, mas a humanidade ainda precisa dos dedos para escrever, já se deram conta disso? O que eu queria agora era comprar uma máquina do tempo, voltar nos anos até encontrar meu antigo chefinho do Banco da Província, espetar o indicador na cara dele dizendo que o futuro provou que o mundo seria dos dedógrafos.

     Isso feito, daria um pulinho da casa da guria que eu estava de olho naqueles tempos e perguntaria a ela se não queria brincar de cavalinho na minha máquina do tempo. Que só tinha um assento.

     Imagens: Freepik e Carla Santos

     

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  • O dinheiro não traz felicidade – para quem não sabe o que fazer com ele.

    • Atribuída a Machado de Assis •

  • Começou

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Notas

     Sexta-feira passada, foi o Ano Novo chinês, regido pelo cachorro. No Brasil e no politicamente correto, o ano do Pet.

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  • Quase uma ova

    Publicado por: • 19 fev • Publicado em: Notas

     O crime organizado “quase” tomou conta do Rio de Janeiro, disse o presidente Michel Temer justificando o decreto que passa a segurança do Estado para as Forças Armadas. Quase coisa nenhuma. Eles tomaram conta já a partir dos anos 1960.

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