• A tampinha por testemunha

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    No início dos anos 70, a Antárctica comprou – no maior sigilo – a Cervejaria Polar, de Estrela. Eram outros tempos e acionistas minoritários não tinham os direitos que têm hoje. Muitos entraram pelo cano, e não foi cano de barril de chope.

    Era titular do Informe Especial de Zero Hora o falecido e inesquecível jornalista Carlos Coelho. Sabujo velho, pai de todas estas colunas que andam por aí. Farejou o negócio e deu uma nota na sua coluna.

    Foi rebuliço do grande. Como ainda faltavam detalhes para fechar o negócio, ambas as partes negaram veementemente a transação. Coelho foi obrigado a engolir um desmentido maior e mais indigesto do que um sapo barbudo.

    Dias depois, estava Coelho e este que vos escreve no bar Porta Larga, que ficava ao lado e ZH, quando alguém pediu uma cerveja Antárctica. O Coelho pegou a tampinha e, olhando por olhar, ficou surpreso ao ler na borda o que estava escrito: “Fabricado pela Cervejaria Polar”.

    Coelho voltou para o jornal e confirmou a transação. Via tampinha. Desta vez, ninguém desmentiu.

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  • A preguiça consiste em descansar antes da fadiga.

    • Anônimo •

  • Notas

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: Notas

    ET

    Continuo fantasiado de ET e olhando o noticiário sobre os desdobramentos da prisão de Lula. Não me surpreendeu a paulatina diminuição do número de militantes, MST à parte. Tenho observado ao longo do tempo que, no Brasil, a segunda vez nunca é como a primeira, salvo quebra de padrão. Como dizem os judeus, o homem faz planos e Deus ri.

    Quebra-quebra

    Quando deu o primeiro quebra-quebra dos Black blocks, em Porto Alegre e outras capitais, o povo ficou chocado e amedrontado. Imagina a próxima sessão, diziam todos fazendo o sinal da cruz. Só que a segunda foi mixuruca e a terceira foi um traque.

    Poeira

    Quem disser  que a prisão de Lula é o ocaso do lulo-petismo ou que o episódio vai reforçar o lulismo está chutando. Só depois que a poeira sentar é que veremos o cenário com mais nitidez.

    Conservadorismo

    O que dá para sentir, mesmo antes da prisão era palpável, é o avanço do conservadorismo no continente e no mundo em geral. Mas atenção: não confundir conservadorismo com direita. Até podem surgir lideranças no processo, mas ainda acho que é a hora dos caras de centro. A  conferir se é o caso do Brasil. Desconfio que sim, mas é palpite, não uma certeza.

    Moda

    Leio que é moda levar cachorros para cerimônias de casamento e que já existem empresas especializadas em levá-los de forma a não causar rebuliço. Imagina um dobermann urinar na batina do padre bem na hora do sim.

    Pets

    Portanto, não só acredito que a tendência vire moda, como tenho certeza que está próximo o dia em que pets levarão humanos para as suas cerimônias de casamento e que surgirão empresas especializadas no metier. Imagina um homem ou mulher mordendo o padre.

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  • Eu gosto de ser ET

    Publicado por: • 9 abr • Publicado em: Caso do Dia

    Nestas quase três semanas de prisão domiciliar, tenho visto coisas no meu planeta que, se eu contasse, ninguém acreditaria. Não dou a localização porque tenho medo que inventem de copiar a legislação penal e a política brasileira. Mas as  coisas que eu vi, valha-nos o Deus de Alfa Centauro. Dou um desconto porque os caras da TV ficaram 8 horas falando a mesma coisa, com a mesma imagem do sindicato onde estava Lula. Onde estão o direitos humanos numa hora dessa? O que é o estudo… Ficar dois dias matraqueado sobre o mesmo assunto. O cérebro humano (ou sua falta) realmente impressionam os colegas ETs.

    Informações

    Levaram duas horas par descobrir que o avião turboélice monomotor era Cessna Grand Caravan, mas não disseram que pousa em qualquer terreno e é usado em regiões remotas como o Alasca, por exemplo. Treinam, pelo menos, mas não conseguem fugir do  vovô-viu-a-uva.

    Amadorismo

    O espetáculo em si foi um festival de amadorismo de parte do núcleo duro de Lula. Ele mesmo parecia estar confuso. E reitero ao que publiquei no Face, seu discurso descabelado dá sinais de descontrole emocional. Naturalmente, sou fascista por ter levantado a hipótese. Seita é fogo.

    Desafio

    A palavra é um insumo barato e, por isso, os humanos a usam em excesso. Parole, parole, parole. Para quem tem um vocabulário limitado e estoque de não mais do que cem palavras é um desafio de continuísmo.

    Incógnita

    Quem será o substituto de Lula nas eleições, é uma incógnita. Boa parte dos petistas históricos estava longe de São Bernardo. O ex-governador baiano Jaques Wagner alegou  compromissos pré-agendados. Talvez tenham de forçar o surgimento de algum Nicolás Maduro, que fale a língua dos passarinhos. Neste a Venezuela é aqui.

    Contas

    Gostaria muito que levantassem os top ten em gastos dos advogados da turma da Lava Jato. Certamente, as contas do ex-presidente figurariam na lista.

    Planeta

    São algumas das impressões de um pobre ET, cuja nave fez um pouso de emergência aqui. Estou tal e qual Robinson Crusoé na sua ilha. Pior, não tenho nenhum Sexta-Feira para me ajudar a fazer uma jangada cósmica e me mudar desse planeta de vocês.

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  • O hipnotizador

    Publicado por: • 9 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Nos meus tempos de ginásio, hoje Ensino Médio, eu já era um sujeito bem lidinho. Fascinava-me as descobertas relativas à mente e ao corpo. Eu tinha lá meus 14 anos quando li tudo sobre hipnose. Eu buscava os livros na Biblioteca Pública da cidade ou no Ginásio São João Batista, de Montenegro. Você não tem ideia de como era difícil fazer pesquisa sem o Google.

    Sobre a hipnose, não cheguei a uma conclusão porque hora se dizia que era coisa de charlatão e hora, de grandes avanços no entendimento da mente e da psiquiatria.

    Um dia, apareceu por lá – uma espécie do que hoje chamaríamos de showman – alguém que se dispôs a hipnotizar pessoas da plateia de um cinema. A certa altura, ele pediu voluntários. E lá me fui eu. Não lembro exatamente como foi o prólogo. Mas não teve relógio balançando na minha frente e, sim, ele fazendo gestos ou me induzindo a dormir, em outras palavras.

    Ele pediu que eu pedalasse como se estivesse em uma bicicleta. Eu fiz exatamente isso, para alegria da plateia. O detalhe é que eu tinha perfeita consciência. Não estava hipnotizado coisa nenhuma. E nem mesmo houve aquele ritual “Quando eu estalar os dedos, você acorda e não se lembrará de nada.”

    Não só não dormi, porque acordado estava, como lembrei de toda a pantomina. Apesar disso, até hoje estou com uma dúvida: eu fiz o que ele mandou – andar de bicicleta – por pena de que ele pagasse um mico ou eu realmente fui hipnotizado?

     

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