• A cesta milagrosa

    Publicado por: • 11 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

         Um dos maiores argumentos dos governistas quando há espanto com a corrupção rápida, acelerada e irrestrita que se instalou no País é que sempre teve roubo. Sim, sempre teve. Mas tenham dó, não nessa proporção de corcova de dromedário.

         Nos anos 1970, eu ouvi de um paulista quatrocentão, sócio de empreiteira poderosa na época, como eles – os concorrentes, lógico, ele fora… – tinham acesso a informações privilegiadas sobre obras públicas, e quanto pagavam por elas.

         Macaco velho no ramo, o empreiteiro contou que de pouco valiam as informações dos altos escalões. Então, a técnica reunindo o útil ao agradável só colimava duas pessoas: a secretária do ministro e o operador da máquina de xerox. A secretária pedia as cópias e o da xerox providenciava as cópias de contratos, datas e exigências das licitações, valores etc.

         Preço? Uma cesta de Natal (fora de época) recheada com perfumes e produtos importados.

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  • Se estão dando, pegue; se vierem buscar, corra.

    • Provérbio russo •

  • Notas

    Publicado por: • 11 abr • Publicado em: Notas

    Correios

    Que o serviço dos Correios está bem ao sul do Equador de um cão é sabido. Que coisa chegar onde chega um serviço, que, a partir da segunda metade dos anos 1970, foi um dos três melhores do mundo. E comandado por um capitão-de-fragata, equivalente a coronel do Exército. Pois foi o aparelhamento partidário que o levou a este triste fim. Obra dos indicados pelo PMDB na coalizão durante o governo Lula e, depois, Dilma.

    Queixas

    Cada um de nós terá pelo menos várias queixas pela má qualidade da combalida estatal. Sem privatização, não tem como sair do buraco. E causo por causo, o do meu amigo Anderson ganha de goleada. Para sair da embrulhada, ele teve que apelar para uma foto. É ele, então.

    Presente

    Começou quando a esposa dele pediu uma bolsa de presente de aniversário. É, mulheres são loucas por bolsas, sabemos. Ela gostou muito de um  modelo fabricado em Santa Maria. O marido, então, fez o pedido pela internet dia 12 de março. Um dia depois, ela estava nos Correios de Porto Alegre. Aí  começou o seu drama.

    Burocracia

    Como não recebeu até ontem, fez uma exaustiva pesquisa e descobriu que a bolsa estava armazenada em Canoas. Mas isso de pouco adiantou. Explicaram que ela estava lá, mas que não podia ser entregue porque a burocracia interna assim não permitia. E nem sabiam quando seria possível entregar a encomenda, de modo que a sua  mulher ficou sem presente de aniversário.

    Foto

    Como a dor ensina a gemer, meu amigo ligou para fábrica e pediu que mandassem uma foto do catálogo da dita cuja. De posse da foto, embalou-a para presente para que a esposa a visse pelo menos virtualmente. Quando – e se – os Correios entregarem, a festa estará  completa.

    Mobilidade

    A 99, empresa brasileira de mobilidade urbana, acaba de apresentar os resultados da segunda edição do Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV 99), estudo que é um dos principais termômetros de congestionamento do Brasil, medindo as dez maiores capitais do país. Os dados apontam como líder no ranking nacional – pela segunda vez consecutiva – a cidade de Recife, em Pernambuco, seguida de Porto Alegre (RS) e de Salvador (BA). Mas há  controvérsias. Uma coisa é ficar preso no trânsito numa cidade com o tamanho da capital gaúcha e a outra é tráfego em uma cidade do tamanho de São Paulo. Tudo é relativo, não é mesmo, seu Einstein?

    Imagem: Freepik 

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  • Diário de uma Vida Nova

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: Caso do Dia

    Há algumas novidades na evolução do meu quadro no que diz respeito aos exames para ver se prcisarei ou não da quimio. Mas as chances são boas. Domingo, vou tirar os 24 pontos. Como podem entender,  é do tamanho da Falha de San Andreas na Califórnia. Desloco-me 3 metros de casa, caminho cerca de 15 minutos de cada vez,  mas podem imaginar como sinto falta dos 5 quilômetros que fazia na academia dia sim dia não.

    Não sinto dor, propriamente, mas uma espécie de pressão no abdome, o que me deixa um pouco receoso ao caminhar e levantar da cama ou cadeira. Mas, como dizia o  colunista Ibrahim Sued, Gigi eu chego lá. É nada do Usain Bolt responder ao meu desafio de  correr 100 metros rasos quando eu estiver ok.

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  • A tampinha por testemunha

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    No início dos anos 70, a Antárctica comprou – no maior sigilo – a Cervejaria Polar, de Estrela. Eram outros tempos e acionistas minoritários não tinham os direitos que têm hoje. Muitos entraram pelo cano, e não foi cano de barril de chope.

    Era titular do Informe Especial de Zero Hora o falecido e inesquecível jornalista Carlos Coelho. Sabujo velho, pai de todas estas colunas que andam por aí. Farejou o negócio e deu uma nota na sua coluna.

    Foi rebuliço do grande. Como ainda faltavam detalhes para fechar o negócio, ambas as partes negaram veementemente a transação. Coelho foi obrigado a engolir um desmentido maior e mais indigesto do que um sapo barbudo.

    Dias depois, estava Coelho e este que vos escreve no bar Porta Larga, que ficava ao lado e ZH, quando alguém pediu uma cerveja Antárctica. O Coelho pegou a tampinha e, olhando por olhar, ficou surpreso ao ler na borda o que estava escrito: “Fabricado pela Cervejaria Polar”.

    Coelho voltou para o jornal e confirmou a transação. Via tampinha. Desta vez, ninguém desmentiu.

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