• O jornal é um fole incansável que alimenta a vaidade humana.

    • Eça de Queiroz •

  • A raposa e o guaxinim

    Publicado por: • 30 abr • Publicado em: Sem categoria

    O aparente recuo do manda-chuva norte-coreano Kim Jong-un não só de procurar a via diplomática e se aproximar da Coreia do Sul e até se dizer disposto a abdicar do seu arsenal nuclear, além de propor uma reunião a sós com Donald Trump, é a sequência lógica da raposa Kim para amansar o furioso guaxinim norte-americano. O baixinho é fogo.

    Meia-volta, volver

    Até o segurança da menor agência bancária sabe que a economia norte-coreana não pode sustentar um arsenal  nuclear, o que dirá uma guerra. E se ela viesse, Kim seria pulverizado em 45 minutos pelos certeiros mísseis. Não, o baixinho tramou todo esse teatro para auferir vantagens.

    Injeção de recursos

    Para começar, é provável que em pouco tempo retirem as sanções economicas do pequeno e paupérrimo país. Isso lhe dará fôlego para melhorar a economia e parar com a sangria de dinheiro. Afinal, construir artefatos atômicos e mísseis capazes de levá-los ao seu sombrio destino é bem mais caro que estocar foguetes Caramuru, aqueles que não dão xabu.

    E o guaxinim?

    Não tenho lido muita coisa sobre o recuo do guaxinim Donald Trump. Depois de uma série de ameaças e ataques furibundos, inclusive pessoais, de repente ele aceita tomar um mate com Kim. A diplomacia deu lugar à ameaça bélica, é vai ter encontro com Kim. Se tudo der certo, claro. Sempre tem que botar umas fichas no imponderável.  O que quero enfatizar a  – essa sim – surpreendente meia volta volver de Trump. Guaxininins não conversam, guaxinins fazem estragos.

    O poderoso samurai

    Esse é um dos mais conhecidos garçons de Porto Alegre, o Zezinho do Gambrinus,  de quem tanto falo, cognominado o Último Samurai. Na sexta passada, completou 71 anos. O bico que faz na foto é porque eu disse a ele que o New York Times dificilmente colocaria a foto na capa.

    Quase

    Um dos pilotos da Fórmula 1 que participou ontem do Grande Prêmio do Azerbaijão chama-se Sergey Sirotkin,  quase a conhecida família gaúcho. Como a origem parece que é no Leste Europeu, quem sabe. Se ele fosse piloto de ponta, bem que caberia um patrocínio. Aliás, em anos passados um poderoso patrocinador da F1 era a RBS, mas nada a ver. É a sigla de um banco escocês.

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  • De volta ao passado

    Publicado por: • 27 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Até meados dos anos 1970, a reportagem policial era muito atuante. Eu mesmo, vocês sabem, comecei como repórter policial na madrugada na ZH no tempo da redação na Sete de Setembro. O problema é que a classe média passou a detestar esse tipo de notícias. Jornal que torce e sai sangue, era o mote.

    Os jornais comuns davam um mínimo de destaque para o noticiário policial, mas não dava para fechar os olhos para crimes de maior relevância. Então, era o fio da navalha. A Zero Hora, filha da Última Hora, tinha foco na polícia, mas quando cresceu queria se desvencilhar dessa incômoda imagem. Só conseguiu a partir da metade dos anos 1970. Acho que por obra e graça de Marcos Divoskim, diretor do hoje poderoso rotativo.

    Passaram-se os anos e o que vemos hoje? A maioria dos jornais não consegue sair do noticiário policial, seja pela comunidade em aumento ou pelos crimes de colarinho da Lava Jato & Corrupção. Voltamos aos anos 1960. Com a diferença que muitos jornais se transformaram em polícia.

    Imagem: Freepik

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  • Todo animal que caminha pode acabar numa churrasqueira.

    • Martin Fierro •

  •  A tecnologia do buraco

    Publicado por: • 27 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Com alguma frequência leitores enviam vídeos mostrando como países adiantados consertam buracos de rua, especialmente na Alemanha. Eles usam máquinas fantásticas acopladas uma na outra, com um mínimo de intervenção humana. No final, o asfalto sai mais liso que barriga de modelo. E perguntam quando nós teremos equipamento igual. Veja aqui: aqui.

    Sonho meu

    Não teremos. Para começar , o piche fornecido pela Petrobras vem do nosso petróleo – do tipo pesado, estrela em seguida. Ademais, um buraco de rua é como uma cárie, e tem que ser tratado como tal. Primeiro limpa a cavidade, depois sela e, só então, despeja o asfalto, sempre sob supervisão de um mestre de obras. E achar que temos recursos para comprar máquinas alemãs é sonho. Agora corta para outro problema nosso, coisas nossas como no samba de Noel Rosa.

    Coisas nossas

    Apesar de todo o esforço feito a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), que estabelecia o fim dos lixões até 2014, o Brasil ainda tem cerca de três mil vazadouros ilegais e apenas 679 aterros sanitários regularizados. Então me respondam essa: se nem mesmo conseguimos resolver o problema do lixo, como conseguiremos trafegar em ruas e rodovias lisas como barriga de modelo?

    Eles conseguem

    É vergonhoso, mas aqui do lado – Uruguai e Argentina – conseguem ter rodovias e ruas decentes. E listas.

    Momento culinário

    Ainda bem que Porto Alegre tem muitas delicatessem. Não o suficiente, mas algumas são de primeira. Gosto muito da Leiteria, na Venâncio Aires quase esquina Santana. O Pancho deles é maravilhoso, com destaque para o pão crocante. É pela qualidade do pão que tudo começa. Aqueles atentados massudos que se usa no cão quente cidade afora deveriam ser proibidos.

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