Coisa ruim
O pior não é o número cada vez menor de leitores. E sim: pessoas que leem estão cada vez mais desatentas ao que leem.
Imagem: Freepik
As cantadas aéreas
O Dia do Comissário de Bordo foi festejado em 31 de maio, e poucos lembraram a data. Não para condenar, porque todo santo dia é dedicado para algo ou alguém. Acho que foi o jornal O Dia quem fez uma matéria sobre como as comissárias repelem assédio a bordo e até fora dele. Fizeram outra matéria sobre o assédio que os comissários recebem, e não são poucos.
Tirando de letra
Esse pessoal sabe como se livrar das inconveniências de tanto que recebem assédios. Ainda mais porque a maioria é bonita e se veste bem, no caso delas, sempre com maquiagem muito bem-feita. Até a década de 1980, início dos 90, dizia-se aeromoça, e os homens eram comissários. Aeromoça era e ainda é fantasia masculina, muito mais no passado.
As falsas comissárias
Lembro que o Jornal da Tarde, de São Paulo, mantinha classificados com recados nada discretos de moças que se ofereciam para favores sexuais, com anúncios encimados pela palavra aeromoça. Evidentemente não eram, mas atraíam a atenção dos garimpeiros do sexo, que procuravam estes classificados.
A magreza dos classificados
Um causo leva a outro e me dou conta de que há horas estou por falar na magreza dos anúncios classificados. A internet os vêm matando de morte matada. Quem lembra dos maçudos cadernos classificados dos anos 1970 em diante sabe do que falo. Eram disputados a tapa, especialmente nos finais de semana. No anos 1980, a Zero Hora chegou a ter problemas quando atravessadores chegavam a furtar os classificados antes mesmo da edição propriamente dita.
Disputa pelos cadernos
Ocorre que esse tipo de publicidade tinha tal volume de anunciantes que os cadernos tinham que ser impressos antes da edição normal, um dia antes até – como cadernos encartados com matérias atemporais. Lembro que havia até pirataria, com atravessadores comercializando os classificados “por fora”. Como sempre, tudo que é sólido se desmancha no ar.
Historinha de rua
Contada pela amiga Carla Santos:
Mendigo de cerca de 60 anos cruzando por mim na calçada:
– Querida, me consegue…
Fixou o olhar no meu rosto e mudou o tom de voz e a expressão facial:
– Ui. Cara de pobre. Vai tomar no…
Como dizia a vovó, é melhor ouvir isso do que ser surdo.
O bem feito
É comum ler postagens ou ouvir comentários de pessoas que fizeram checkup total e reportar que o médico disse que os principais indicadores – triglicerídeos, colesterol bom e ruim, pressão arterial, glicose e outros que parecem os de um garoto. TODOS os esculápios dizem isso quando os exames deram OK. É de largar foguetes, concordo, mas aumenta a autoestima. E faz o examinado dizer que o médico dele é o melhor do mundo para quem quiser ouvir. Mas que é bom ouvir isso, lá isso é.
Jornal do Comércio
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