• Sobre vinhos

    Publicado por: • 6 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    O falecido jornalista Danilo Ucha, meu contemporâneo e amigo, tinha uma série de características. Entre elas, apreciar a boa mesa e um bom vinho. Mantinha um jornal mensal chamado “Noite”, em que falava de comes & bebes além de turismo e assemelhados. Mas era no vinho que escrevia sempre na primeira pessoa.

    Certa feita, o também jornalista Mario Santa Rosa o encurralou contra a parede.

    – Mas Ucha, em todos os comentários que fazes sobre vinhos sempre elogias o produto! Nunca li uma só crítica, qual é a tua?

    Ucha era rápido no gatilho.

    – Simples. É porque só bebo vinhos bons.

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  • Orfandade rodoviária

    Publicado por: • 5 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Desde ontem, a Free Way não está mais sendo operada pela Triunfo Concepa, Deus nos livre e guarde. A bola está com o DNIT. Era a única rodovia no Rio Grande do Sul que não recebia beicinho dos usuários. Quero só ver como será daqui para a frente. A primeira constatação é de que a Free Way precisa de R$ 40 milhões já. E o governo não tem dinheiro.

    Foto: Divulgação

    Azar o nosso

    Tem coisas nesse estado que sai da frente. E nem dá para dizer que a culpa foi do governo gaúcho, um mero espectador do imbróglio que dura mais de ano.

    Pernas-de-pau

    Mas falta alguém em Nuremberg. Onde estavam a bancada federal gaúcha e a própria Assembleia Legislativa que não pegou esse pião na unha? Para criar dias e efemérides eles são craques, para montar em cavalo de interesse público são pernas-de-pau.

    Os 15 de sempre

    Se tem uma frase definitiva, um conceito praticamente, é a proferida pelo artista plástico Andy Warhol, que todo mundo teria seus 15 minutos de fama. Podem não ser 15, podem ser até 15 segundos, mas é o conceito – já adianto para evitar os chatos que pensam com relógio. Os miudeiros, enfim.

    Voltando à vaca fria

    Uma das mais corriqueiras ilustrações para a frase de Warhol começa na política, passa pelas reportagens de rua da TV e termina na Copa do Mundo. Cada vez que um repórter mostra uma cena da cidade, festa ou seja lá o que for, lá está o papagaio de pirata fazendo graçolas ao lado do jornalista. Na política, lá está quem ninguém conhece ao lado do entrevistado. Na Copa do Mundo, o sujeito que dá um jeito de se postar junto aos entrevistadores.

    Só que…

    Grande bosta. Amanhã ninguém se lembrará mais deles. Nem seus filhos e netos, depois de ver as imagens duas ou três vezes. “Pô, lá vem o vô com aquela chatice dele aparecer na TV…”

    Fedeu

    Remake do filme Brinquedo Assassino, do boneco Chucky, o imperdoável. Que falta de bons roteiristas. É pavor a granel, carros capotando ou pegando fogo e atores dizendo fuck you. Lembro agora que não se fala mais “chit” nos filmes de Hollywood. Foi moda nos anos 1990. Enjoaram. Em compensação, os filmes de hoje são quase todos B, mas o B de bosta.

    Viagem

    O americano abrasileirado e acariocado Mangabeira Unger, que chegou a ser candidato a guru do Brizola, disse que o DEM é de esquerda, mais até que o PSDB. Botaram alguma coisa na comida dele. Viveu algum tempo nos EUA e fala com sotaque americano até hoje, embora seja brasileiríssimo. Chegou a ter seus 15 minutos nos anos 1990.

    A necessidade de consenso

    As Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho, realizada na noite de terça-feira passada, na cidade de Uruguaiana (RS), apresentou as mudanças ocorridas na Consolidação das Leis do Trabalho, após a nova lei trabalhista. Abrindo o evento, o ex-ministro do Trabalho e presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), da Câmara Federal, Ronaldo Nogueira, salientou a importância de todos conhecerem os avanços e mudanças da lei. Ele enfatizou que, num país como o Brasil, com tantas possibilidades, “é impraticável que continue com tanta miséria do povo”. Para ele, todos têm que trabalhar de forma conjunta para criar um consenso e mudar essa situação. “Não dá para continuarmos debatendo teses, sem chegar a um consenso e alterar esse quadro”, concluiu Ronaldo Nogueira.

    Força às negociações

    O Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, do Tribunal Superior do Trabalho, palestrou sobre as mudanças nas relações do trabalho. Para ele é preciso aperfeiçoar a lei. “O que mais chamou a atenção hoje, sobre o que fez a nova Lei, foi garantir uma maior força das negociações coletivas. Isso é bom para o trabalhador e bom para a justiça”, dissertou o ministro. Nesta edição, estiveram presentes o secretário de Desenvolvimento do município, Aerton Rogério Roos Auzani, representando o Prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello; o Presidente da Câmara de Vereadores de Uruguaiana, Carlos Alberto Davi; a Juíza da Justiça do Trabalho de Uruguaiana, Laura Antunes de Souza, e o Diretor da Unipampa, Marcus Vinicius Morini Querol; Presidente da Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana, Luís Oscar Kessler, entre outras autoridades.

     

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  • Eu, cavalo

    Publicado por: • 5 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    A propósito de gírias perdidas, alvo de nota na edição de ontem do blog, o jornalista Paulo Burd opina que a palavra “gaita” para dinheiro pode derivar do lunfardo (gíria para malandro da antiga Buenos Aires) “guita”, usado pro vil metal. Guita deriva de “guitarra”, aquela maquininha que fabrica dinheiro falso.

    Bom de gancho como é, Burd aduz outro comentário. “Por falar em lunfardo, muita coisa que os hermanos hablan foi contrabandeada para cá e algumas usadas aqui foram contrabandeadas pelo lado de lá. Dou força e pago Brahma, outra expressão que se perdeu nas brumas do tempo.

    Verdade é. E vou mais longe. O maior complexo do gaúcho, especialmente cantores e compositores nativistas, é que se fale português e não espanhol no Rio Grande do Sul. De fato, a língua espanhola é muito mais musical, carrega emoções, que a nossa jogou fora ou nunca teve.

    Por isso que a ideia de criar um país formado pelo Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina é tão forte na gauchada. Vai longe o tempo em que o jornalista Justino Martins, da revista Manchete, repetia que o maior sonho do gaúcho era ser cavalo ou avião da Varig.

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  • A ciência encontra mais depressa remédios que respostas.

    • Jean Rostand, biólogo francês •

  • O último dos moicanos

    Publicado por: • 4 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O “A Vida Como Ela Foi” de ontem, em que lamentei a morte do meu amigo Paulo Artur Godoy, ensejou vários comentários, entre eles do advogado Newton Kalil. Na troca de comentários, disse a ele que eu e o Godoy éramos os últimos sobreviventes da famosa Mesa 1 do Restaurante Dona Maria. Com a morte dele, sou o último, excetuando turistas e temporários. A época de ouro foi de meados dos anos 1970 início dos 90.

    Obrador, o terceiro

    López Obrador não é o primeiro presidente de esquerda a governar o México. Tinha vaga lembrança que, sob essa bandeira de esquerda outros passaram pelo comando do país que, segundo o ex-presidente Porfírio Diaz, no século XIX merece pena: “Pobre México. Tão perto dos Estados Unidos e tão longe de Deus”. Um texto assinado por Daniela Gonzales Macedo acendeu a luz.

    Paredón mexicano

    Antes do atual, comandaram o país Alvaro Obregón (1920-1924) e Plutarco Calles (1924-1928), ambos do Partido Laborista. Durante o governo deste último, houve uma brutal perseguição aos católicos, com assassinatos de padres e fiéis, inclusive com proibição total de culto. Calles inaugurou o paredón antes de Cuba, tão aplicado quanto.

    Sorte ou eficiência

    A internet pode ser milagrosa, porém muitos são os chamados e poucos os escolhidos. Para os ungidos, uma postagem bem-feita no estilo, as palavras certas na hora certa e no lugar certo transformam um pobretão em bilionário. Mas não creiam em sorte, ele tentou de alguma maneira e deu certo. Nada cai do céu. Acho que dá para comparar com a corrida do ouro na Califórnia. Alguém pegou o riacho certo, no momento certo e, em poucas horas, descobriu pepitas que valiam milhões de dólares na época.

    Blockchain jurídico

    Nem só das criptomoedas vive o blockchain, pois pode ser usado também pelo meio jurídico. O advogado Gustavo Sander, do escritório Souza Berger, explica que a tecnologia, na essência, é um registro criptografado, com cópias idênticas distribuídas entre as partes envolvidas em uma transação (uma compra e venda, por exemplo), que dispensa a necessidade de uma autoridade para comprovar sua validade. Por isto, tem potencial para reduzir significativamente os custos de registro, intermediação e acompanhamento de transações que precisam ser documentadas com precisão. Ele lembra que grandes bancos já usam experimentalmente o blockchain para reduzir custos e agilizar operações de financiamento à exportação.

    Caça às gírias perdidas

    Vi o filme madame Satã na TV, que não tinha visto. Conta a vida de um malandro homossexual da Lapa das décadas 1940 e 1950. Em certa altura, ele cobra de um parceiro o dinheiro que lhe devia. – Passa a gaita! Lembrei da expressão. A comparação provavelmente se deu pela semelhança entre um pacote de cédulas de dinheiro sendo desfolhadas com os foles de um acordeão, ou gaita.

    As mil faces do dinheiro

    São dezenas e talvez centenas de sinônimos populares para o vil metal em tempos anteriores. Quando eu era guri falavam “bijuja”, “cobres”, e o melhor de todos: “faz-me rir”.

    Jornadas do Trabalho

    jornadas de trabalhoA Ferramenta da Democracia: Perspectivas políticas da Modernização foi o tema abordado pelo ex-ministro do Trabalho e deputado federal Ronaldo Nogueira, na edição das Jornadas Brasileiras de Relações do Trabalho, realizada na segunda-feira, em Santa Rosa. Falando a uma plateia que manteve atenção e lotou o auditório do Imigrante Hotel, o deputado citou diversas viagens realizadas, pelo Brasil, para conversar com sindicatos e confederações de trabalhadores.

    Ressaltou que o mesmo foi feito com todas as entidades representativas dos empregadores. “O Brasil vai dar certo. Ele é representado por todos, que são iguais a vocês. Nós precisamos, ainda, avançar muito mais no conjunto de reformas, para levar o Brasil a pleno emprego”, enfatizou Ronaldo Nogueira.

    A Modernização das Leis Trabalhistas foi o tema escolhido pelo ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, do Tribunal Superior do Trabalho. Ele lembrou que salário mínimo, remuneração do trabalho noturno e outros direitos que dizem respeito à saúde e direitos do trabalhador, não podem ser negociados. “A Lei não surgiu do nada. Ela vem atender aos reclames da sociedade. A Lei que vale é aquela derivada da vontade do povo”, destacou o ministro do TST.

    Entre os presentes estavam o vice-prefeito de Santa Rosa, Luiz Antônio Benvegnú; o juiz e Diretor da Comarca de Santa Rosa, Adalberto Narciso Hommerding; o presidente da Associação Comercial, Serviços e Agropecuária de Santa Rosa, Odaylson Eder, o pró-reitor da Unijuí, Ariosto Sparemberg; e o superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, Antônio Fontoura.

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