• A Primeira Emenda

    Publicado por: • 8 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Não existe liberdade de expressão no Brasil. Nem de imprensa. Não existe a Primeira Emenda, como na Constituição dos Estados Unidos, que assegura a livre expressão. O que existe é poder falar a favor de alguém ou alguma coisa, etnia, instituição ou partido. Se você insistir em sair dos trilhos estabelecidos pela malfadada Carta de 1988 ou dos apêndices nela colocados depois, tem grande chance de entrar em cana ou perder todo seu dinheiro para os advogados. Ou as duas.

    Foto: Mano Creado

    A mordaça do milênio

    Nas redações, você tem que ter muito cuidado com o que escreve ou diz. Qualquer milímetro fora da linha, lá vem ação por dano moral. Leio um monte de besteiras nos blogs e, pelo menos aí, existe uma certa liberdade, até que o Face o bloqueie. Não posso criticar – ou mesmo não posso dizer que não gosto de – alguns povos tutelados que lá vem processo. Esclareço que não tenho nenhum, então não é desabafo. É constatação. Estamos verbal e mentalmente amordaçados.

    Sem espontaneidade

    Para piorar tudo, existe a Lei do Politicamente Correto, uma praga mundial que cerceia até seu jeito de falar, e que aqui chegou às raias do ridículo. Se algum aldeão da Idade Média revivesse e se deparasse com esses disparates, daria boas risadas. Por exemplo, feminilizar cargos. Essa praga tira até a espontaneidade de falar. Até mesmo no seio das famílias, sempre tem um que cobra os desvios.

    Conclusão

    Então, não vivemos em uma democracia digna deste nome. Estamos a milímetros do obscurantismo.

    Estranhas convenções

    As convenções que escolheram seus candidatos em todos os níveis foram, em boa parte, uma mistura esquisita de vices pessoa-jurídica, de acomodações tectônicas, mesmo em relações já fraturadas, mas posteriormente engessadas pelo bem comum. A Causa. Seria bom se não fossem algumas esquisitices

    Poste-reserva

    Por exemplo, da cadeia Lula Nosso Guia insiste na candidatura, mas já sabendo que as chances de o TSE liberá-lo são remotas. Então, ordena pela estafeta Gleisi Hoffmann que Haddad será o Poste Titular-Vice e deixa nas entrelinhas que poderá ser o Poste candidato em seu (de Lula) lugar. As mesmas instruções valem para a aliada Manuela D’Ávila, do PCdoB, que se resignou a ser segundo estepe em nome da unidade das esquerdas.

    Explode coração

    Houve tempo em que bateria só arriava. Hoje explode. Os órgãos reguladores norte-americanos e europeus pensavam que incêndios pontuais de baterias de lítio seriam debelados pelo gás retardador de chama exigido para os compartimentos de carga dos aviões de passageiros. Mas testes realizados pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) apontaram que os sistemas de controle não são capazes de extinguir um incêndio em uma bateria combinado a outros materiais altamente inflamáveis.

    O futuro

    No futuro, entendido como longo ali, deverão ser proibidos equipamentos maiores que um telefone celular, mesmo nas bagagens.

    Pequenos negócios

    Os pequenos negócios que produzem alimentos ou bebidas de alto valor agregado estarão em destaque na Expoagas 2018. Entre os dias 21 e 23 de agosto, ,no espaço coordenado pelo Sebrae RS.

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  • Estatização no Brasil é como mamilo de homem: não é útil nem ornamental.

    • Roberto Campos •

  • O dom da infelicidade

    Publicado por: • 8 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    Na esquina da Rua do Passado com o Beco da Solidão, escondem-se causos que murmuram coisas de amores desfeitos na boca como algodão doce. É triste para boa parte da humanidade, se você pensar bem. De verdade, diga-me quantas pessoas das suas relações, incluindo você, tiveram uma vida pródiga, com amor ou amores que fizeram tudo valer a pena e nenhum estilhaço de solidão a atormentá-las?

    Há cálculos que chegam a 100 bilhões de almas que viveram na Terra desde o aparecimento da raça humana tal como a conhecemos, não mais que 6 ou 7 mil anos e apenas 5,5 mil anos desde a primeira civilização que deixou registros, a dos sumérios. Tirando os sem-noção, para ser bem franco, poucos poderiam dizer que viveram uma vida que nós chamados de boa e feliz.

    Certamente, não foi o caso de um preso que conheci no porão da 8ª DP, logo após ele abrir as celas dos colegas para uma fuga em massa. Foi nos idos de 1969, ano em que uma onda de assaltos deixou a cidade em pânico. Alertado por um telefonema que eu não deveria ouvir, mas ouvi na sala do Plantão da Polícia Judiciária, fui com a viatura da ZH rumo à Protásio Alves.

    Em lá chegando, entrei direto para os fundos do prédio, segundos antes de passarem o cadeado no portão para evitar a entrada de bisbilhoteiros como eu. Deparei-me – do lado de dentro de uma das celas – com um sujeito magro, faces crestadas pelos elementos e pelo sofrimento. Mas o que houve? Por que não fugiste como os outros?

    Até hoje recordo a cara de infelicidade dele, que chegava a ser sólida ao toque. Por bom comportamento, os policiais o encarregaram da limpeza das celas e, para isso, ele tinha a chave-mestra. Então os bandidos primeira-linha pediram que ele “perdesse a chave”. O resto dá para imaginar. Só que, em vez de levá-lo junto, trancaram-no numa cela.

    Imagina a recepção que teve dos tiras quando descobriram como se deu a fuga. O pior é que nem lembro do nome dele. Pensado bem, talvez seja melhor ter esquecido.

    Um fantasma sem nome é melhor que um com.

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  • O sangue cansa

    Publicado por: • 7 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O jornalista Miron Neto, que mantém um blog com seu nome e atua na região da Serra das Hortênsias do RS (Gramado e Canela), tomou a decisão de não mais publicar notícias policiais. “Hoje, existem outros colegas com colunas digitais e que possuem maior intimidade com a crônica policial”, escreveu. Já tínhamos conversado sobre o assunto e entendo bem a posição dele, mas acho que todos nós cansamos deste tipo de noticiário.

    A informação que dói

    Não quero com isso dizer que toda a mídia tenha que descartar a reportagem policial, mas o fato é que nós nos deprimimos tão logo lemos o jornal ou vemos imagens de TV. Aliado à insegurança, as pessoas querem é fugir do tema, fazer de conta que não existe – o que não é visto não é lembrado, diz o ditado.

    O domínio da polícia

    Tenho saudades da Globo quando o foco policial era secundário, mas hoje a Globo parece ter optado pela polícia, para resumir. Já escrevi aqui que um grande jornalista (ainda vivo) dizia, nos anos 1970, que “a função do jornal era alarmar o povo”. Falou isso meio sério, meio brincando. Eu já diria isso a sério.

    Mortes no viaduto I

    Há uma história exemplar dos anos 1960. O local onde havia mais suicídios era no Viaduto Otávio Rocha, na avenida Borges de Medeiros, Centro de Porto Alegre. Eles se atiravam do alto da rua Duque de Caxias. Suicídio naqueles tempos era cobertura normal.

    Mortes no viaduto II

    Na segunda metade dos anos 1960, os editores de reportagem policial dos seis jornais diários de Porto Alegre se reuniram e decidiram não mais noticiar suicídios, salvo se fossem pessoas famosas. Resultado: praticamente caíram a zero os suicídios nos altos do viaduto da Borges. Eu sou testemunha porque era repórter na época. Tirem suas conclusões.

    Tudo pela audiência

    A minha conclusão é que estamos exagerando na cobertura. Não que queira censura, mas que devemos repensar as matérias policiais. Como na TV, estamos dando sangue ao povo como se fosse ordem das massas famintas que vão ao Circo Brasiliensis.

    Nota de pesar

    A Editoria Abril fechou boa parte dos seus títulos dirigidos ao público feminino. A Casa Cláudia é uma delas. A empresa também fez um corte drástico no quadro de pessoal, com 800 demissões. Claro que ninguém demite tanta gente porque quer, mas fico triste com isso.

    Como era verde meu vale I

    Quem, como eu, viveu tempos de pujança jornalística e, em especial o jornalismo impresso, não tem como não se deprimir com o quadro atual. Falei acima, nós tínhamos em Porto Alegre seis jornais diários, pleno emprego. A ponto tal, que alguns jornalistas trabalhavam em mais de um veículo, impresso, saliento, fora a TV e rádio.

    Como era verde meu vale II

    Todos os grandes jornais (e revistas) brasileiros nos anos 60/70 tinham sucursais em Porto Alegre, todos, e com redação completa. O Rio Grande do Sul tinha não só peso maior no PIB nacional como sua importância política era ampla e irrestrita. Para se ter uma ideia, a primeira sucursal que o jornal O Globo abriu foi em Porto Alegre.

    Cui prodest

    Ou “a quem interessa” serve como uma luva para o suposto atentado com drone ao quase ditador venezuelano Nicolás Maduro. Se já perseguia e prendia, agora tem como desculpa esse atentado para radicalizar e endurecer ainda mais o falido regime. Óbvio que ele acusa os americanos, mas não sei não.

    Salve-se quem puder

    Seja quem foram os autores, as imagens que mostram a debandada dos militares que estavam no desfile dá uma ideia de que, na hora da onça beber água, não há chavismo que resista.

    Expoagas 2018

    Acontece, de 21 a 23 de agosto, no Centro de Eventos Fiergs, em Porto Alegre. Até o dia 17 de agosto, varejistas de todos os segmentos (supermercados, padarias, bares, hotéis, restaurantes, petshops, lojas de bazar e outros CNPJs de varejo) têm isenção nas inscrições.

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  • É preciso folhear meia biblioteca para escrever um livro.

    • Doctor Samuel Johnson •