Publicado por: Fernando Albrecht • 31 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas •
Hoje começa para valer. O horário eleitoral na TV e rádio se inicia e com ele acende a luz da esperança nos candidatos menos pontuados pelas pesquisas, maioria convictos que a telinha os levará ao Olimpo. De repente, não, para parte deles. Geraldo Alckmin tem essa esperança, o petista Fernando Haddad também. Mas será mesmo que a telinha terá esse efeito mágico de transformar perna-de-pau em craque?
Estranho no ninho
No Nordeste, conta o jornalista Júlio Ribeiro, Fernando Haddad é conhecido como “Andrade” de tão pouco conhecido que é. É o risco que Lula correu ao deixar o poste em segundo plano. Mas há um motivo mais prosaico. O nordestino tem dificuldade em aspirar o “H”, então soa como Adade. De Adade para Andrade é um upa.
O futuro do Andrade
Mas Andrade fica nisso? Não, vai além do que apontam as pesquisas. Quando sair o julgamento final de Lula, previsto para a semana que vem, a fiel militância vai votar nele. Mas atenção: eu escrevi FIEL militância. Nem todo petista gosta dele. Para onde vai o voto? Para algum tertius. No segundo turno, é outro papo, é cenário que ainda é escondido pela grossa cortina do teatro.
Os atabalhoados
O que noto no ar é um certo atabalhoamento das assessorias e partidos. Os fatos atropelavam as ilusões, e desempenhos nos debates não permitem conclusões. Quem gosta do Jair Bolsonaro, por exemplo, está convicto que ele foi muito bem e deu de relho em Bonner e sua coadjuvante. Tecnicamente falando, foi mesmo. Mas eleição não é técnica, é emoção. Os petistas acham que ele levou um baile.
Fato e versão
Daqui para a frente os sucessivos debates e até mesmo os programas eleitorais sofrerão o efeito diz-que-diz que: o que vale não é o fato, é a versão. É como azeitona, uma só marca o gosto de toda a pizza. Para quem gosta, tudo bem, para quem não gosta, a azeitona foi uma bosta.
Bolo eleitoral
Um exemplo: Jair Bolsonaro foi ao almoço do Brasil de Ideias e posso dizer – estive lá – que conquistou ou converteu a maior parte dos presentes. Mas por acaso a plateia que vai ao evento da dona Karin Miskulin – da Revista Voto – é representativa do eleitorado de forma limitada. Os três estados da Região Sul têm apenas 15% do eleitorado nacional.
Jornal do Comércio
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