• O homem planeja e Deus ri.

    • Provérbio iidiche •

  • O verdadeiro 7 de Setembro

    Publicado por: • 10 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    O Sete de Setembro comemorado sexta-feira não foi festejado. Nem sobrevoo de caças da FAB houve em Porto Alegre,  pelo menos não vi nem ouvi. Como era diferente em épocas anteriores, quando a data eletrizava a população e principalmente a estudantada. Qualquer cidade do interior se mobilizava. Semanas antes, fazíamos treinos para o desfile ao som de uma banda marcial, pequena que fosse. A do grupo Escolar de São Vendelino tinha três integrantes, um bumbo, um tarol e uma caixa. E deu.

    No Ginásio São João Batista, de Montenegro, eram seis. Depois que me formei passou para nove. Também treinávamos semanas antes para não errar o passo.  No dia do desfile, os tênis tinham que ser imaculadamente brancos, calçados na hora do desfile para não sujá-los. Peito para a frente, cabeça erguida, pisar resoluto. Com que orgulho a gente passava sabendo que o pai e a mãe estavam nos olhando.

    Anos mais tarde, quando voava no Aeroclube de Montenegro, era também com orgulho que sobrevoava o desfile, a baixa altura, com o limitado CAP4 de 65 cavalos, com a bandeira do Brasil presa embaixo da fuselagem.

    Acabou. O sentimento de Nação acabou. Talvez explique, em boa parte, por que estamos em coma profundo e não mais deitados em berço esplêndido. Hino Nacional é só em jogos da seleção, que ironia.

    Saudades do meu tênis imaculadamente branco. E do orgulho que eu sentia por ser brasileiro.

    Imagem: Freepik

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  • Da cola ao expresso

    Publicado por: • 9 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A Coca-Cola está apostando alto na diversificação. Acabou de comprar a rede de cafés Costa, que pertencia ao grupo britânico Whitbread, pelo equivalente a US$ 5,1 bilhões. Você vai no supermercado ou no mercadinho e ela está em uma série de sucos.

    Adeus colas?

    É bem provável que os futuristas da gigante estejam prevendo que o mercado das colas e refrigerantes seja atingido devido à onda natureba cada vez maior – por mim tudo bem, bato palmas, embora não seja radical.

    Brechó de grife

    Ainda veremos o dia em que, como na indústria de automóveis, de móveis, na moda e até nas roupas, a ordem é customizar e individualizar produtos. Na França, até roupas de brechó são, como direi, privatizadas ao gosto do freguês.

    Jornal do Comércio

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  • Momento iceberg

    Publicado por: • 8 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Todos os candidatos e partidos emitiram notas oficiais condenando o atentado contra Jair Bolsonaro. Boa parte guardará para si o pensamento de que ele semeou ventos e colheu tempestades. De novo, a imagem do iceberg e sua ponta: 90% dele está abaixo da superfície.

    Rejeição entre aspas

    Há dias escrevi que, no Brasil, até rejeição irreversível é reversível. A pesquisa Ibope divulgada sexta pelo RBS Notícias mostra que a rejeição a José Ivo Sartori caiu de 44% para 39%.

    Decolagem abortada

    O panorama neste momento permite dizer que o governador José Ivo Sartori e o tucano Eduardo Leite estão no segundo turno. Miguel Rossetto (PT) não decola por enquanto. Se é que vai decolar, Mateus Bandeira (Novo) não sai do chão. A surpresa é Jairo Jorge, do PDT, permanecer no mesmo patamar desde o início da campanha. Se Ciro Gomes crescer bem e chegar no segundo turno, pode turbinar a candidatura do ex-prefeito de Canoas.

    Os futuristas

    A Bolsa subiu e o dólar caiu APÓS a notícia do ataque a Jair Bolsonaro. Estes mercados trabalham como jogo de xadrez, antecipam movimentos futuros. Na leitura deles, a faca é ruim para a esquerda.

    Formatura Senar

    Quatro novas turmas do Programa Jovem Aprendiz terão início dia 10/09, em Vacaria, num total de 120 alunos. Promovido pelo SENAR-RS, o programa terá como foco a capacitação em fruticultura por meio de conteúdos práticos e teóricos, desenvolvidos em 960 horas. Serão 480 horas de teoria e outras 480 horas de aulas práticas em empresas rurais de Vacaria – voltadas à produção de maçã. O programa tem duração de um ano e, após a conclusão, eles já estão aptos a trabalhar nas propriedades, onde é grande a demanda de mão de obra qualificada.

    Jornal do Comércio

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  • Na voragem das paixões

    Publicado por: • 7 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A essa altura dos acontecimentos, a pergunta óbvia é se Jair Bolsonaro pode ganhar a eleição graças à facada do Bispo. Vejamos: antes do atentado, sempre achei que o capitão não ganharia as eleições por causa da alta rejeição, que está na casa dos 44% – alguns trabalhos mostraram em quase 60%. E também achava que os 22%, em média, que ele tinha nas pesquisas eram teto e não piso.

    Efeito Faca

    A faca mudou tudo, mas por quanto tempo? Quem ganha com a facada do Bispo? Em princípio, tendo a acreditar que Bolsonaro pode até ter alta nas intenções de voto, mas nada esfuziante. Mas se vai manter esse percentual até o dia da eleição, é outro papo. O crucial é saber se o atentado diminuiu sua rejeição. E só as próximas pesquisas dirão.

    Perde-ganha

    Grosso modo, Bolsonaro pode não levar grande vantagem com o caso, mas quem perde é o PT e quem ganha é Geraldo Alckmin, homem ponderado, metódico. Bispo é militante e isso vai ser explorado ao máximo, não só pelo capitão e seu vice, o general Mourão. “Olha o que a esquerda faz a este país”, bradarão. Os candidatos de centro-direita e centro-esquerda farão coro, embora de forma mais discreta e sem dizer o que pensam alto e claro.

    Ai de nós

    O maior perdedor é o Brasil. Já andávamos com prestígio mais baixo que barriga de cobra e, agora, à criminalidade soma-se o Brasil violento politicamente. Mais um upgrade para a condição de república bananeira em grau máximo. Investimentos estrangeiros, que já estavam com freio, agora, acionarão também o freio de mão. Isso se o ferimento de Bolsonaro for de pouca gravidade, sem sequelas, permitindo uma recuperação rápida e volta à campanha.

    Porém…

    …se for o contrário, e que Deus nos livre disso, aí a coisa fica feia mesmo, seja na eleição quanto no país como um todo.

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