Publicado por: Fernando Albrecht • 10 out • Publicado em: Caso do Dia, Notas •
O difícil para Jair Bolsonaro vai ser cativar eleitores que não gostam de violência sugerida, que faz parte da sua imagem, aquelas poses de imitar pistolas com as mãos. O difícil para Fernando Haddad vai ser tranquilizar o eleitor que não gosta do PT, que ele é vinho de outra pipa, mesmo sendo.
Porteira aberta
O difícil para o capitão será segurar o seu vice, o general Mourão, campeão em tocar em nervos expostos da população, e de rara competência em deixar a bola picando para especialistas em punçar frases fora do contexto. O difícil para Bolsonaro é passar para o eleitor que não votou nele no primeiro turno que não governará apenas com foco na criminalidade.
Mudou, mas não mudou
O difícil para Fernando Haddad é convencer o eleitorado que não votou nele que o PT dele não é o mesmo do MST, dos radicais como José Dirceu e do restante da linha dura do partido. Mais difícil ainda para ele será desencarnar de Lula, que não será um fantoche do ex-presidente. Problema: até aqui ele deu essa impressão. Não bastasse isso, a primeira visita que fez depois do resultado foi para o preso ilustre da PF de Curitiba.
Com toda corda
Como se segura uma onda como a do antipetismo acompanhada de uma volta conservadora? Ondas como essa não são apenas de vaivém, são movimentos pendulares. A esquerda já teve o seu pêndulo favorável durante duas décadas, agora ele vai para o outro lado com o mesmo ímpeto.
Os sem-argumento
Nós temos um problema, Brasil. Basta você citar algum membro influente do regime militar que soube antecipar o que viria depois deles que automaticamente você é jogado na vala comum como “fascista”. Como se o Bing Bang aconteceu no exato dia e hora em que Lula nasceu. Hoje vejo militantes dizendo que os militares foram apeados do poder pela força das massas. Rótulo é usado por quem não tem argumento.
O primeirão
Devagar com esse andor. Quem começou a sentir o cutuque e o fim do ciclo de exceção foi o presidente Ernesto Geisel ao procurar um sistema eleitoral com o voto distrital alemão. Então surgiu o ministro Golbery do Couto e Silva que lançou o bordão “abertura lenta, gradual e segura”, porque a linha dura militar não queria saber de voto direto.
O pêndulo de Golbery
Golbery deu uma entrevista famosa à revista Senhor, depois encampada pela IstoÉ. Dizia que o País seria o único a tentar essa abertura lenta, gradual e segura. Se desse certo, viva nós; “se não, iremos todos para o paredón, mas aí já estarei bem velhinho”. Mas ele acreditava que tinha chance de dar certo, desenvolvendo em seu livro a teoria do pêndulo.
Os ciclos do general
Na mesma entrevista, vaticinou que, após a abertura, viria um governo não-radical, pelo menos ainda não quando o pêndulo terminasse seu ciclo à direita. Em algum momento depois, viria um presidente de esquerda, o que aconteceu, mas, em seguida, a peça do relógio de parede se deslocaria para o lado oposto.
E cá estamos nós
O general gaúcho não foi além desse prognóstico, mas vença ou não, Jair Bolsonaro é o pêndulo que sobe para a direita depois do Lula à esquerda. Talvez tenha subido com força demais, o que explica Fernando Haddad no segundo turno e a onda antipetista do primeiro.
Futuros médicos
Inovação, gestão na área da saúde, empreendedorismo, investimentos financeiros e especialidades médicas. A mescla de temas poderá ser conferida no Talks Simers Núcleo Acadêmico. Com o tema Conexão, a programação é destinada a estudantes de Medicina, que terão a oportunidade de debater e obter conhecimentos que fazem a diferença na vida do futuro médico.
Entre as atrações confirmadas, destaque para Vander Corteze, médico, empreendedor e fundador da startup Beep Saúde, especializada em desenvolver formatos de acesso a serviços da saúde. Promovido pelo Núcleo Acadêmico do Sindicato Médico do RS (Simers), o evento acontece nos dias 19 e 20 de outubro, na sede da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (ADVB/RS).
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