• A caneca da discórdia

    Publicado por: • 11 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    Em meados dos anos 1960, a fábrica da Brahma em Porto Alegre marcava o início e fim da jornada com um apito na sua chaminé que era ouvido na maior parte da cidade. Estranhamente, o segundo apito não se dava às 18h, mas às 17h. Tinha a ver com uma pausa que a empresa fazia para dar 20 minutos de descanso aos funcionários que faziam o exame visual das garrafas envasadas com cerveja que saía dos bicos injetores.

    A Brahma dava almoço aos seus funcionários, e, nos 20 minutos de descanso, os funcionários recebiam uma caneca de chope para molhar a folga. Sucede que a empresa contratou uma consultoria para reduzir custos e uma das medidas foi terminar com a tal folga, consequentemente com a caneca de chope. O sindicato entrou na Justiça do Trabalho e venceu a causa.

    O sindicalista que me contou o caso na época disse que o juiz perguntou se os funcionários queriam os 20 minutos em dinheiro ou redução da jornada. Tanto faz, disseram, desde que a não perdessem a caneca de chope. Por isso, a Brahma foi uma das poucas empresas que serviam almoço e jantar naquela época.

    Com direito a uma caneca de chope.

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  • Ozires dixit

    Publicado por: • 11 abr • Publicado em: Sem categoria

    Há seis anos, publiquei aqui um comentário feito por Ozires Silva, fundador da Embraer, ex-presidente da Petrobrás e da Varig e ex-ministro de Estado da Infraestrutura. Encerrou sua fala com uma provocação: “Ouvimos muitos diagnósticos aqui, mas muito pouca cobrança de resultados”.

    Precisamente. Temos diagnósticos para dar e vender não só sobre educação, mas também sobre rodovias, portos, aeroportos, gargalos logísticos, gargalos constitucionais, legislativos, situação das fronteiras, criminalidade, deficiências nos órgãos de segurança, desmatamento, poluição, SUS, sistema hospitalar, Previdência, sistema carcerário, tráfico, dependência química, crack, contrabando, carga tributária, MST, códigos e o diabo a quatro de pelo menos mais uma centena de temas vitais para que o país saia da condição de subalterno para condição de chefia.

    Parole, parole, parole, como dizem os italianos.

    Meu estômago dói

    Engarrafamento automático

    A Indústria de Bebidas Fruki, de Lajeado, RS, tem uma fábrica de água mineral (além de refrigerantes e sucos) totalmente automática. Precisa de apenas 150 funcionários para controlar sete linhas de produção com capacidade de produção de 420 milhões de litros/ano. A água mineral Água da Pedra é engarrafada à razão de 22 mil garrafas por hora, incluindo a fabricação da garrafa. Isso dá seis por segundo, é mole?

    O xis da questão

    Empresas como essa precisam ter uma logística de distribuição de primeira qualidade. Mas não é a indústria de bebidas a capaz de maiores milagres. A indústria de cigarros é outra que tem que estar presente em todos os lugares do país. Porém, acho que o maior milagre ainda fica por conta de outro produto.

    Pilhas. São pesadas, em consequência têm custo alto de transporte mas estão em qualquer biboca do interior dos interiores num sem número de pontos de venda. Imagina o Brasil sem pilhas.

    O caso do carnaval errado

    Uma história leva a outra e por falar em pontos de venda lembrei um caso acontecido nos anos 1980. Tradicionalmente, a Brahma investia pesado no Carnaval do Rio de Janeiro e a rival, Antárctica, em São Paulo. Em determinado ano, sem uma saber da intenção da outra, aconteceu o contrário. A Brahma focou São Paulo e a rival investiu no Rio. O desfecho foi surpreendente.

    A cerveja mais vendida em ambas as praças foi…a Skol. Segundo o instituto Nielsen, a razão do sucesso foi ter maior número de pontos de venda.

    Do sorvete ao remédio

    A celulose não serve apenas para produzir papel. Descoberta em 1838 pelo químico francês Anselme Payen, a celulose está presente em mais de cinco mil produtos, incluindo embalagens, esmaltes, batons, roupas, pneus de avião, alimentos como o sorvete, cápsulas de remédio, adesivos, biocombustíveis e materiais de construção, explica Maurício Harger, diretor-geral da CMPC em Guaíba, fabricante gaúcha de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto.

    Investimento

    Já destinou parte de seu IR Devido (3%) ao Funcriança?

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  • A verdadeira verdade é sempre inverossímil.

    • Fiodor Dostoievski •

  • A volta

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: A Vida como ela foi

    No tempo em que a bebida da moda era Cuba Libre e o chope era tão barato que – por pobre que você fosse – sempre podia pagar por dois ou três diariamente, havia uma “república” de uruguaianenses na altura no Centro de Porto Alegre. República, para quem não sabe, consistia em um grupo de amigos ou conterrâneos alugar uma casa ou apartamento. As despesas eram rateadas, as tarefas caseiras também.

    Pois nesse grupo estava o B., um baixinho afável e tremendamente ingênuo, não contaminado pelos falsos valores da cidade grande e dos seus cruéis nativos. Como costuma acontecer com interioranos não-aculturados, ele vivia sobressaltado, crédulo que era. Tudo doía, tudo machucava mais que cerca de arame farpado que limita os campos da imensidão da Fronteira Oeste, um azarado perdido numa noite suja.

    Um dia, os amigos resolveram pregar-lhe uma peça. Gravaram em um gravador desses grandalhões, que era o menor que existia na época, uma fala com jeito de ser uma notícia de última hora da edição noturna do Correspondente Ipiranga, da Rádio Guaíba. Certa noite, quando B. estava entretido lendo sua coleção de Pato Donald sentado no único sofá do apartamento, colocaram o gravador atrás do grande aparelho de rádio, e sem ele ver acionaram a gravação.

    – E atenção, muita atenção! Cientistas confirmaram que a Lua vai mesmo se chocar com nosso planeta em poucas semanas!

    B. nem levantou a cabeça, não entrou em pânico, não gritou que horror! e nem bradou aos céus e muito menos chorou. Terminou calmamente de folhear a revistinha, fixou o olhar perdido em algum ponto distante que só ele via, e com toda calma e displicência disparou uma única frase desvestida de qualquer emoção.

    – Vou voltar para Uruguaiana…

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  • Os 10 anos da CMPC

    Publicado por: • 10 abr • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    A CMPC, fabricante de celulose, considerada pelos gaúchos como uma das melhores plantas até no quesito meio ambiente, completa uma década de sucesso no Brasil. Em 2018, a planta da empresa em Guaíba-RS, subsidiária do grupo chileno CMPC (Compañia Manufacturera de Papeles y Cartones), registrou recorde histórico de produção de quase 1.9 milhão de toneladas graças aos investimentos feitos.

    “Reflete também o nosso compromisso com o aprimoramento dos processos de gestão e, acima de tudo, com o valor que compartilhamos com acionistas, colaboradores e com as comunidades. A sustentabilidade, no sentido amplo, tem sido e continuará sendo nossa principal diretriz”, explica Maurício Harger (*), diretor-geral da CMPC. Esse propósito é representado por três C: criar, conviver e conservar.

    (*) Maurício é formado em engenharia mecatrônica, foi CEO da Mexichem Brasil (Amanco).

    Foto: Felipe Nogs/Agência Preview

    Amanhã: você pensa que celulose é só papel? Prepare-se para surpresas.

    De músico de bar a deputado
    09.04 GE - Violão - Dep Issur Koch - Foto Gustavo Rubert AL (2)

    Ao final da homenagem que fez aos 92 anos de emancipação de Novo Hamburgo, ontem no plenário da Assembleia Legislativa, o deputado Issur Koch (PP) relembrou seus tempos de músico de bar e cantou e tocou, ao violão, o hino da cidade. Segundo o cerimonial do Legislativo, é a primeira vez na história do parlamento que um deputado tocou o instrumento e cantou no plenário 15 de Setembro.

    Os tempos e as músicas mudam

    Nem sempre foi assim. O ex-prefeito e deputado estadual e federal José Fogaça fez a sua estreia no parlamento gaúcho entremeando o discurso com gravações por ele compostas, entre elas a famosa Vento Negro. Foi gentilmente convidado pela Mesa Diretora a deixar de cantar de galo. O regimento interno proibia o uso de qualquer aparelho sonoro além da voz humana.

    O furo da bala

    Novo titular do MEC, Abraham Weintraub, precisa focar onde tudo se inicia: o Ensino Básico. É lá que tudo de ruim e bom começa neste país. Canudos temos de sobra, mas o busílis da questão é outro: os calouros que entram nas universidades são, em média, tremendamente mal preparados e com um vocabulário extremamente pobre.

    Pérolas de chorar

    As bobagens extraídas do Enem são brincadeira de criança perto do que escrevem e falam nas salas de aula, especialmente nas provas. É de chorar e não para rir.

    Educação, vergonha nacional

    Desde os anos 1960 um senador chamado João Calmon, do então poderoso grupo Diários e Emissoras Associados, cunhou um bordão que repetia por onde quer que fosse e falasse, no Congresso ou em conversas privadas: educação, vergonha nacional. E para nossa maior vergonha, o Brasil de Calmon piorou de lá para cá.

    Nas asas da Varig

    Certa vez, viajei com ele de Porto Alegre a São Paulo. Sentado na poltrona ao lado, Calmon passou as duas horas de voo que o Electra da Varig levou até a capital paulista esbravejando contra a pouca vergonha que atrasava o Brasil. Tinha toda a razão e mais um pouco.

    Querido, não lembrei o partido

    E os assessores e imprensa de parlamentares que encaminham notas para colunistas tecendo loas ao chefe, mas sem colocar a sigla do partido a quem sua excelência serve. Sempre se disse que era de propósito, porque os partidos causavam repulsa ao eleitorado. Mas chego à conclusão que hoje isso não vale mais.

    Partido dos Sem-Noção

    Parte desses assessores simplesmente omite a sigla por pura falta de noção. Faz parte da degringolada geral do jornalismo.

    Criança

    Não esqueça: na sua declaração de Imposto de Renda destine 3% para o Funcriança. A declaração está mais fácil este ano para quem quiser ajudar o futuro do Brasil.

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