• Eu tenho cara de quê? Mágico de OZ? Você precisa de um cérebro? Precisa de um coração? Venha aqui, pegue o meu. Leve tudo que tenho.

    • Stephenie Meyer •

  • Crise de identidade

    Publicado por: • 21 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Tenho um colega aqui no jornal que sempre se veste de preto, terno e gravata com camisa branca, no inverno ou no verão. No frio, acrescenta um pesado capote. Preto.

    Há anos, ao lado do prédio do jornal, na avenida João Pessoa, havia um bingo. No outro lado, ficava uma igreja evangélica de pequeno porte, junto a uma lanchonete. Certa tarde, o meu amigo avisou que ia lanchar. Voltou meia hora depois, amuado. O que houve?, perguntei.

    – As pessoas deveriam ter mais respeito para com seu semelhante. Quando esperava o sinal abrir, chegou uma senhora idosa e me perguntou se eu era segurança do bingo.

    – Acontece, né? Isso te chateou tanto assim?

    O homem de preto suspirou.

    – Não é bem o que se quer ouvir. Mas o pior aconteceu do outro lado. Na volta, esperei o sinal abrir, ao lado da igreja-do-evangelho-não-sei-quê, quando chegou outra velhota e também fez uma pergunta ofensiva.                                                   

    – Perguntou se eu era o pastor da igreja. Aí já é demais!

    Não foi o pior. Dias depois, ao chegar na entrada do prédio do jornal uma criança pequena apontou para ele e largou um berro:

    – Olha mãe, um pinguim!

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  • Meu querido diário

    Publicado por: • 21 maio • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Foram tantas emoções inexistentes… Não aconteceu quase nada de novo desde o final de semana até ontem, um dia que não deveria existir salvo para receber dinheiro. Bem, para dizer a verdade, uma novidade inesperada deu as caras ontem. O dólar subiu até R$ 4,12 e começou a cair depois que o Capitão disse para empresários que não existe crise entre os poderes, só fofoca.

    A frase sábia

    Eu esperava outra frase sábia, como aquela de dizer que o país é ingovernável fora dos conchavos, mas dizer que, na Corte, tem fofoca, cá para nós, presidente, essa é mais velha que aquela do papagaio e a freira. Porque verdade é. Minha convicção é que assim como a mentira, a hipocrisia, a fofoca faz parte dos pilares da Civilização. Sem ela, tudo ruiria, começando pelos casamentos.

    A mentira escrachada

    Vou dar um exemplo que está nos contracheques todo mês. Quando alguém diz que ganha R$ 10 mil por mês está mentindo ou quem o paga incorre na mendácia. Tirando o ieneesseesse e o Leão, sobram R$ 6 mil e pouco, não é verdade? Quando alguém compra um quilo de frango no supermercado vai ver que pesa pouco mais de 900 gramas.  Depois da panela, pelo menos uns 200 gramas a menos. O frango é uma ave com água.

    Vox Populi

    A voz do povo, mas não do povo tal como é denominado pelas oposições e situações em geral, o povo abonado e aquele que ganha merreca, ou merreca e meia, anda falando muito em impeachment do Capitão. Sem querer tirar azeitona da empada de ninguém, pergunto qual seria o motivo de tão radical medida? Por ser amigo do Olavo de Carvalho, porque bateu continência para um subalterno?

    Estranho país

    A tese dessa tchurma que bebe cafezinho de 10 reais é que assim assume o vice Hamilton Mourão. Tão simples como se fosse trocar açúcar por adoçante no café de 10 pilas. Qualquer coisa e lá das ruas vem o berro Impeachment já, acompanhado por Lula Livre ou antecipações do gênero.

    Senhores do engenho

    Então, é preciso que se diga a verdade: nem somos uma democracia e nem o capitalismo chegou ao Brasil. O mais perto que chegamos foi ao democratismo, e o capitalismo ainda em estágio probatório. Vivemos de meada do governo e de suas instituições. Nem mesmo partidos livres temos, pois todos são escravos das respectivas camarilhas dirigentes.

    Escravos do preconceito

    Li num jornal local que um “idoso de 60 anos” fez um malfeito qualquer. Mas o que é isso? Aos 60, quem não vestiu pijama e tocou o barco sem deitar ferros está no auge da atividade intelectual. É no que dá dar um teclado para dente-de-leite.

    A diluição da diluição

    Sertanejo funk, mas que Frankenstein sonoro é esse? Eu explico? É funk com zero de sertanejo. É como colocar uma gota de roça numa bombona de 30 litros de mau gosto urbano.

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  • Hoje em dia é muito difícil não ser canalha.

    • Nelson Rodrigues  •

  • Forno de batom

    Publicado por: • 20 maio • Publicado em: A Vida como ela foi

    Em uma cidade gaúcha conhecida, em décadas passadas, pelo elevado número de assassinatos, dois conhecidos homens de negócio trocavam confidências na hora do cafezinho no café da praça.

    – Veja como sou perseguido. Ontem esteve lá no meu sítio o delegado de Polícia querendo saber de coisas de meu foro íntimo.

    – Tipo?

    – Ah, ele queria saber onde escondi meu revólver que, segundo ele, usei para matar aquele sacripanta que despachei para o além. Mais: queria saber onde eu estava na hora em que o infeliz morreu, se era verdade que eu tinha um caso com a agora viúva, essas coisas.

    – Mas que barbaridade, chê! Como é que pode alguém se meter assim na vida particular de alguém! Só faltou perguntar se tinha marca de batom na tua cueca…

    – Bem, tomei minhas precauções.

    E cochichando no ouvido do amigo:

    – Queimei a cueca no forno a lenha do galpão…

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