• O sete da sorte

    Publicado por: • 5 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Disposto a tentar uma vaga na Câmara de Vereadores de uma pequena cidade do interior gaúcho, Filisbino teve um sonho premonitório. Sonhou a noite toda com o número sete. Ao acordar, conferiu seu Título de Eleitor e viu que ele votava na 7ª seção eleitoral, e que participara de sete eleições. Mais, o número do título tinha sete no início e no fim, e foi emitido num sete de julho.

    Quando se registrou na Justiça Eleitoral como candidato a vereador verificou que era o sétimo a tentar a vaga. Aí tem, pensou, é um sinal divino que vou ganhar. Para custear a campanha vendeu tudo, casa, cavalo, raspou a conta bancária e só não vendeu a mulher porque ninguém queria comprá-la. Para dizer a verdade, nem de graça.

    Quando veio o dia da eleição, dia 7, viu que era o sétimo da fila. Não tem erro, pensou Filisbino, eu sou O Cara e estou dentro. No dia seguinte, ao pleito, as urnas revelaram que ele fora o sétimo mais votado.

    Só que, para seu azar, a Câmara Municipal trabalhava com seis vereadores.

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  • Muito além da debulhadora

    Publicado por: • 5 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Partindo do princípio que homens e mulheres têm ritmos diferentes nas relações sexuais, a Jontex lança o “Orgasmo em Sintonia”, um preservativo que prolonga a ereção masculina e estimula o prazer feminino para que o casal chegue junto ao clímax. A campanha está a cargo da agência BETC/Havas. Bueno, como dizia aquele pecuarista da Fronteira Oeste, depois que inventaram a debulhadora de milho, não duvido de mais nada.

    Esse mesmo pecuarista, é um personagem real. Vinha uma vez ao ano a Porto Alegre, e sempre almoçava no Restaurante Dona Maria, na rua José Montaury. Conhecia alguém da Mesa Um, o que lhe valeu salvo-conduto para fazer parte da roda. A cada novidade que alguém contava, ele esbugalhava os olhos de espanto. Uma dessas vezes foi quando lhe mostraram um telefone celular, o tijolão da Motorola. Foi então que disparou a famosa frase da debulhadora – ele falava debulhadeira.

    Data aprazada

    Eu adoro a expressão do título. Data aprazada é algo cabalístico. A data apraza que vem aí é a entrada do inverno, 21 de junho. Mas de que inverno me hablas, cara pálida? Não fez nem um arremedo de frio, portanto não teve o veranico de maio, que precisa de frio antes.

    Luto muito para ser um influencer digital. Como os que surgem nas páginas dos jornais impressos, presumo que então sejam influencer analógico, uma espécie de estágio probatório que, uma vez constante na mídia impressa, vira digital. O diabo é que não conheço os caras e as mulheres nos seus respectivos trabalhos, então como influenciam alguém fora do seu círculo de amigos? Sim, sim, eu sei que alguns tem milhões de cliques, mas depois de aparecerem no jornal impresso. E cá estamos nós de novo.

     Famosos

    Também verifico que alguns deles tem sobrenomes famosos, de empresários ou outros cidadãos de bola cheia. Vai ver que é por isso que não sou um deles. Falta-me um padrinho endinheirado, pai, marido, mulher avô com sólida reputação financeira. Às vezes, mais reputação que financeira de fato.

    Ricos

    Então vem a velha pergunta? Quantos ricos, realmente ricos, existem no Rio Grande do Sul?  Quando digo “ricos” refiro-me às pessoas que podem comprar um jato executivo acima de US$ 15 milhões sem precisar apertar o cinto em outras despesas vãs. Três, quatro? Eu conheço (de nome e de relancina, como dizia o cara da debulhadora), três e olhe lá. E eu lido com esse mercado. É minha profissão, afinal de contas. Sou obrigado a saber deles.

    PARÁGRAFO PRIMEIRO

    Nunca se deve esquecer que a única coisa que o brasileiro mente para baixo é o tamanho do seu dinheiro acumulado. O resto tudo é para cima, incluindo o tamanho do Reprodutor.

    Por falar em jatinho

    O supérfluo do rico é o emprego do pobre. A esquerda nunca entendeu isso. Assim como um estado que tem poucos ricos pelo conceito expresso acima, certamente terá menos ricos-comuns, menos classe média alta e assim por diante. Quando digo classe média não me refiro aqueles ridículos R$ 3 mil mensais que o IBGE caracterizou como sendo desta faixa durante o governo Dilma.

    Poupe, não sofra

    Vale a mesma coisa para poupança. Na definição clássica, poupança é aquele dinheiro que sobra depois de todas as suas despesas e contas mais uma vida boa sem abrir mão do conforto e sem sacrifícios. O que sobra é poupança.

    Boi ralado

    Agora, se você só come alface e boi ralado, como os ilhéus chamavam o guisado de carne, durante o mês inteiro, bebe água da bica (de vizinhos) não vai ao cinema, não tem banda larga nem smartphone, compra roupa só em brechó e mesmo assim de três em três anos, para guardar dinheiro, então você não é um poupador. É um cretino. Nem o Tio Patinhas abria mão de um certo conforto e explorava o Pato Donald. Neste caso, você é um vigarista.

    Sul Resiliente

    Nos municípios brasileiros, faltam recursos para infraestrutura e prevenção de catástrofes naturais. Com o objetivo de viabilizar projetos de resiliência urbana nos três estados do Sul do país, o BRDE formatou a linha de crédito Sul Resiliente. Aprovada com mérito pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério da Economia, no valor total de US$ 125 milhões, a expectativa é de que comece a operar com recursos do Banco Mundial no primeiro semestre de 2020.

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  • Duas palavras abrem qualquer porta: puxe e empurre.

    • F. A. •

  • Cara ou coroa

    Publicado por: • 4 jun • Publicado em: A Vida como ela foi

    Andam dizendo que uma das vantagens do avanço da tecnologia é que agora não somos obrigados a aguardar horas em salas de espera folhando revista velhas e esfarrapadas. Estas publicações praticamente desapareceram destes ambientes. Todo mundo fica focado no smartphone, zapeando as redes sociais. Olha, não que eu seja um frequentador assim tão assíduo de salas de espera, mas peço vênia para divergir pelo menos no que diz respeito a consultórios médicos.

    A Caras é imbatível, no meu entendimento. Desde que ela nasceu, em setembro de 1995, passou a ser comprada por médicos e dentistas para entreter pacientes. Eu me amarro na Caras, quero mais que meu smartphone não dê o ar da sua graça. Essa revista é um excelente antídoto para os dias feios que vivemos.

    Para começar, só tem gente bonita, belas fotos, mulheres especiais e, uma proeza da editora, dá a idade de todos que apareçam em fotos ou textos. Ao contrário da revista, o smartphone dá mais notícias ruins que boas, a não ser que você fique jogando games ou coisa que o valha.

    No passado, quando muito os esculápios colocavam nas salas de espera almanaques. O mais comum era o Almanaque do Correio do Povo, com piadas, textos curiosos, e o indefectível “Você sabia que…” Quando muito, uma edição antiga da revista O Cruzeiro, mas só depois que o doutore toda a sua família, incluídos parentes em terceiro grau a tivessem folheado pelo menos uma dúzia de vezes.

    Já que os almanaques desapareceram, longa vida à Caras.

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  • Computa, computador

    Escola foto criado por freepik - br.freepik.com

    Publicado por: • 4 jun • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Como dizia o Millôr Fernandes. Um documentário na TV francesa mostrou o primeiro computador, que foi utilizado no Projeto Manhattan, que construiu as duas primeiras bombas atômicas, usadas em Hiroshima e Nagasaki. Fiquei surpreso, porque o primeiro ao que eu soubesse foi o ENIAC, de 1947. Na realidade, o que fez os cálculos da Bomba A não era bem um computador.

    Imagem: Freepik 

    MAS NEM TANTO

    Segundo um artigo de Renato E.M. Sabbatini, cientista biomédico e de computação, funcionava assim: o brilhante físico Richard Feynman (aquele da dupla fenda da física quântica) contratou dezenas de mulheres (geralmente esposas dos cientistas e engenheiros do Projeto Manhattan, pagas com 3/8 do salário de seus maridos) e as colocou em mesas, cada uma com sua calculadora Merchant.

    CALCULADORAS FEMININAS

    Cada bancada de calculadoras era responsável por uma parte do cálculo de um sistema complexo de equações: por exemplo, uma mulher calculava uma raiz quadrada, outra realizava a expansão de uma série etc.  Os resultados de cada bancada eram perfurados em cartões, que eram transportados de bancada para bancada por mensageiras, de acordo com uma programação sequencial. Basicamente, era isso.

    O MILAGRE CHINÊS

    Juntei essas informações com o que vi na TV, que este monstro modulado de Feynman fazia três operações por segundo. Já o computador mais veloz do mundo, chinês, faz 33 trilhões de operações por segundo. Puxa vida! É um 18 seguido de 33 zeros! Vai ser rápido assim na…na…China. Deixa só uns dois dígitos da tua senha pessoal de seis números cair na mão desse monstro, deixa.

    O FUTURO, COMO SERÁ

    Jorge Fernando Krug

    Como será o futuro dos negócios na era digital? O exercício de prever como será os bancos, a economia, o mercado em 2035 foi provocado pelo diretor de TI do Banrisul, Jorge Fernando Krug (foto), que palestrou na reunião-almoço da CIC Caxias do Sul. Blockchain, inteligência artificial, computação quântica e robótica, com o aperfeiçoamento de humanoides, estão no horizonte do cenário das mudanças tecnológicas que estão por vir.

    Foto: Julio Soares/Objetiva

    RELAXE E GOZE

    O impacto nos negócios, segundo Krug, será inevitável. No sistema financeiro, não será diferente. “Apesar de estarmos desenvolvendo e entregando soluções em um ecossistema digital, ainda temos processos tradicionais e uma arquitetura herdada com diferentes níveis de maturidade. Necessitamos evoluir rapidamente as capacidades desse ecossistema digital”, argumentou o diretor do Banrisul.

    MAS NÃO MUITO

    Com o internet banking, explicou, as agências físicas não deixarão de existir totalmente, mas serão cada vez mais de negócios, e menos voltadas para a realização de transações bancárias. O palestrante falou ainda sobre Blockchain, base de dados que guarda um registro de transações permanente e à prova de violação. “É uma tecnologia para uma nova geração de aplicações”, explicou. Bitcoin, de acordo com Krug, foi a primeira aplicação baseada em Blockchain, mas não é a única. “Só em criptomoedas, já temos mais de mil moedas diferentes”, acrescentou.

    O FUTURO, ENFIM

    O diretor de TI do Banrisul, revelou que, além do Blockchain, o que vem pela frente no sistema financeiro brasileiro inclui soluções como pagamentos instantâneos, Open Banking e onboarding digital. “A avalanche tecnológica vai continuar, não podemos permitir que essas ondas de inovação nos cubram. Não basta estar online, é preciso estar onlife”, concluiu.

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