• Eu, robô

    Publicado por: • 3 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Houve um tempo em que se duvidava que uma Inteligência Artificial digna desse nome efetivamente pudesse ser realidade. O filme Eu, Robô, foi uma boa sacada – de ficção. Já temos máquinas programadas para pensar, mas ainda são máquinas burras. Pega-se um algoritmo e enfia na cabeça de uma lata cheia de fios, circuitos e mais sei lá o que, e voilà, temos um ser programado para executar tarefas até bem complexas.

    Imagem: Freepik

    EU, BURRO

    Mas continua sendo uma lata burra. Aquela coisa de ficção, de máquinas que ganham vida e normalmente destroem quem lhe deu o sopro divino começou com Frankenstein. O cadáver-que-caminha-e-fala de Mary Shelley não foi adiante por causa da fedentina, acho. Imagina um cadáver caminhante dentro do seu guarda-roupa. Sim, o formol faz maravilhas, mas com pessoas vivas além das mortas. Só eu conheço dezenas de formolizados que vivem, caminham, falam e comem.

    EU, ETERNO

    Como extensão da cultura frankensteiniana, o que está em jogo é a ressurreição, mas não só ela. O que se procura é a imortalidade. Tudo se resume à busca da imortalidade. Desde sempre a humanidade a tentou e sempre deu com os burros n’água. Mas o fascínio permanece. Ou por que vocês acham que os faraós e suas múmias atraem leitores/espectadores/telespectadores até hoje? Por causa da vida eterna, ora. Até o pessoal das vilas quer uma outra vida por miserável que seja.

    EU, BOATO

    Dá-se o mesmo com boatos. Quando eles são submetidos a uma dieta de todinhos e vitaminas adquirem vida e passam da condição de inverdades fofocalhadas para verdades verdadeiras. A nossa história está cheia de casos, e eu conheço centenas de boatos que viraram verdades. Não confundir com lendas urbanas, que são uma espécie de reencarnação parcial e mentirosa de fatos reais acontecidos em algum lugar do mundo e da história. Os gregos, sempre eles, mais Shakespeare e o Antigo Testamento mapearam a condição humana, suas ações e reações.

    EU, VERDADE

    Na política brasileira isso é muito comum. Todos sabem de histórias em que um fulano de tal é tão citado pela imprensa que impregna até quem os nomeia para cargos mais elevados. Ministro, então, houve dezenas que passaram de azarões para cerejas do bolo em algum posto do governo.

    EU, SÃO TOMÉ

    O noticiário está cheio de boatos com perninhas que os transformam em verdade. O difícil é saber qual o potencial de uma marcação cerrada para que o bichinho crie pernas e se torne real. Leio há semanas que o ministro Chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni está rifado. Nesta sexta-feira ele vem palestrar no almoço do Brasil de Ideias da Revista Voto. Vai ser no British Club e lá estarei. Como o conheço, vou averiguar se ele é isso tudo que o Bolsonaro não gosta ou se tem pirão debaixo dessa carne.

    PARÁGRAFO PRIMEIRO

    Caso o ministro Onix deixe de ser ministro até sexta-feira, será um caso raro em que boato e verdade nasceram do mesmo ventre. Então alguma coisa deu errado.

    TESTE DA FAMA

    Você aí que se julga famoso, porque ocupou algum cargo de relevância pública, privada, artística ou social, sabe como se faz a prova dos nove? Eu ensino, mas só desta vez. Funciona melhor quando existe um nome ou sobrenome não-brasileiro: se ao digitar o nome da figura em questão com erro no sobrenome o corretor não der bola sinto muito, você é aspirante a famoso. Mas se o corretor oferecer a opção correta, aí sim, você é famoso pra caramba.

    PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA

    Diante das altas taxas de incidência de abusos contra crianças e adolescentes, a Prefeitura e a Câmara Municipal de Canoas, por meio da Escola do Legislativo Dr. Marcos Ronchetti, realizam na próxima quarta-feira, 3 de julho, a primeira edição do Workshop de Combate e Prevenção à Violência contra Crianças e Adolescentes de Canoas. O evento acontece, às 13h30, no Ginásio da EMEF Thiago Würth, no bairro Mathias Velho.

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  • Cure o passado, viva o presente, sonhe o futuro.

    • Provérbio irlandês •

  • Manoel dos 30

    Publicado por: • 2 jul • Publicado em: A Vida como ela foi

    Se existiu um sujeito que se virava nos 30 era o Manoel Nascimento, 71, falecido domingo. Era uma figura conhecida no Centro de Porto Alegre desde o início dos anos 1970. Como podem ver pela foto, Manoel nasceu sem braços, mas nem por isso desistiu. Começou a vender bilhetes da Loteria Federal e depois as loterias da Caixa.

    Fiz uma nota com foto dele na página 3 do Jornal do Comércio de Porto Alegre dia 29 de março, mostrando que ele era um exemplo para muita gente que desiste da vida mesmo sem nenhum problema físico. Agora imaginem a dificuldade que o Manoel tinha na administração do dia a dia, desde se vestir, comer e beber e outras atividades corriqueiras – para nós.

    Manoel, escrevi, foi à luta, se virou nos 30. E sempre com um sorriso, como se observa na foto. Nunca desanimou e nem maldisse a vida que o fez nascer assim. Suas camisas tinham dois bolsos. Em um, guardava o dinheiro e troco para quem escolhia os jogos da Caixa, que ficavam no outro bolso. No dia em que o fotografei, perguntei se ele alguma vez foi passado para trás.

    – Não que me lembre – falou.

    Gente como o Manoel sempre me comove. Em vez de ficar choramingando nas calçadas, arregaçam as mangas. Vale para todos os portadores de alguma deficiência, incluindo os que praticam esportes. É gente fora do comum, pontos fora da curva.

    Meus respeitos, seu Manoel.

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  • O guri da esquina

    Publicado por: • 2 jul • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Estava eu matutando sobre a visita de Donald Trump à Coreia do Sul, a primeira de um presidente norte-americano se excetuarmos a visita de Teddy Roosevelt ao então Império Coreano em 1911, que me pus a pensar. Quem é o vivo dessa história? Respondo Kim Jong-un. Igual a gurizada que faz malabarismos com bastões nas sinaleiras, ele fez malabarismos com seus foguetes com artefatos nucleares, deixando o mundo apreensivo: e se me cai um bastão nuclear? Nas esquinas, um sempre cai.

     

    O PARRUDO DO NORTE

    Se caísse o bastão, todo mundo perderia. O que faz seu Trump? Primeiro ameaça, mas no fundo sabe que a América do Norte precisa dar uma enquadrada no guri coreano, mesmo se tiver que dar uma mesada para ele parar de brincar com bombinhas. E lá se foi ele, de fato. Se vai dar ou não saberemos depois, mas por enquanto primeiro as primeiras coisas.

    FOGO AMIGO

    O presidente Bolsonaro completa seis meses de governo curtindo um baita paradoxo: a oposição de esquerda ainda não se organizou, mas o inimigo é a oposição interna, inclusive e principalmente o próprio governo. E a tal de base aliada. No Brasil de hoje, base aliada frequentemente vira base inimiga. É o caso.

    MEU QUERIDO DIÁRIO

    Que ainda não tenho, mas deveria ter. Nele eu escreveria sobre minha estranheza sobre o comportamento bursátil, da Bovespa no caso. A economia está capenga e, mesmo assim, a bolsa brasileira tem navegado de vento em popa, excetuando alguns dias em que a procela ameaçava o barco. Mas a tendência era de alta, ainda é. Seu Sydney Nehme, da NGO Correta, diz que em julho o otimismo segue enfunando as velas da bolsa, apesar do governo e seus paradoxos – é isso, doutor Nehme?

    A BOLSA E A VIDA

    Pois é. Certo, está todo mundo botando os ovos da cesta da Reforma da Previdência como salvadora da pátria, mas não acho que a simples aprovação das novas regras – capengas, por sinal – seriam capazes de gerar toneladas e mais toneladas de investimentos externos. Ocorre-me outra explicação. Lede abaixo.

    SÍNDROME DE FHC

    Quando Fernando Henrique Cardoso apareceu em rede nacional de rádio e TV para se anunciar que matematicamente ele era presidente – deveria ter sito aritmeticamente, mas não se pode exigir isso de um filósofo – a Bovespa despencou. Fechou o dia em queda de 6,5%. Mesmo eu, que lido com bolsa desde o início de 1970, levei um choque. Mas como? Afastado o perigo Lula e entra um liberal – vocês acham isso ruim?

    ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

    Não, não era isso. Há um axioma que explica: a bolsa sobe no boato e cai no fato. Então, sem bola de cristal, mas com cabelos brancos como conselheiros, os poucos que me restam, acredito que depois da Reforma da Previdência ser aprovada a bolsa cai. Recupera depois, mas ao longo do tempo. Cai para a famosa realização de lucros. E que lucros.

    COMISSÃO DE FRENTE…

    A Comissão do Arroz da Farsul realizou sua segunda reunião em São Sepé, e contou com a presença do presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira. O debate girou em torno do atual quadro da cultura e as definições dos principais temas a serem tratados neste ano.

    …DO ARROZ GAÚCHO

    Na reunião foi utilizada a análise SWOT, onde são apontadas as principais ameaças, fraquezas, forças e oportunidades. A partir da listagem, foram definidos os três principais assuntos de cada item que serão trabalhados nos próximos encontros. A questão tributária, para o presidente, também merece atenção. “Necessitamos que o Mercosul aconteça em todos os sentidos e, para isso, precisamos equilíbrio de tarifas”, comenta.

    O CARINHO QUE FALTA

    O coordenador da Comissão do Arroz, Francisco Schardong assim definiu o problema da orizicultura gaúcha: ”O arroz vive um momento delicado, ele precisa de carinho”.

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  • Quando você liga para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.

    • Maldição de Graham Bell •