• O talento é um título de responsabilidade.

    • Charles de Gaulle •

  • Vaca sem terra

    Publicado por: • 28 ago • Publicado em: A Vida como ela foi

    major Pedro Olímpio Pires, estancieiro forte do Alegrete, gostava de frequentar a Churrasquita, na Riachuelo entre Borges e a Praça da Matriz. Era sempre recebido com honras de estado pelo proprietário, Eugênio Zimmer, e também pelo seu amigo, motorista e eventual guarda-costas Arsênio Marques, inspetor de Polícia nas horas vagas.

    Certa feita, após uma lauta churrascada regada a libações, o major passou a ouvir as lamúrias de Arsênio, afinal ele era pobre como rato de igreja enquanto o alegretense era dono de mais de légua de campo, tanto que ele queria criar gado… Ambos foram às lágrimas, abraçados. Quanto a torrente cessou, o major comunicou ao amigo que lhe daria a melhor vaca do plantel para começar sua criação. Arsênio rejubilou-se. Porém, dois ou três uísques depois o presentado quedou sombrio.

    – Major, estive pensando. Que adianta eu ter vaca se não tenho campo?

    O major Pedrinho aquiesceu fazendo sim com a cabeça. Segundos depois, seu rosto se iluminou.

    – Arsênio, quem sabe eu compro a vaca de volta? Pago à vista.

     Foi a vez do amigão abrir um sorriso do tamanho de uma cordeona escancarada.

    – Fechado! O senhor acaba de fazer uma bela compra!

    Se abraçaram novamente, aos prantos.

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  • Vítimas civis

    Publicado por: • 28 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Um efeito colateral danoso para o Capitão da MP que desobriga empresas de capital aberto de publicar balanços nos jornais impressos é o baque que sofrerão os jornais do Interior. E boa parte deles apoiou Bolsonaro na campanha.

    OS FARDADOS

    Interessante observar como alguns nomes cotados para disputar as eleições presidenciais estão tratando de se desligar da figura de Bolsonaro, como se ele causasse urticária em quem está próximo. É o caso do governador paulista, o tucano João Doria. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, tem muita água para rolar embaixo desse moinho.

    REDE FURADA

    Insisto no assunto. A rolagem de fake news nas plataformas sociais especialmente de vídeos no Face são repetições de imagens que rolam há anos. Como boa parte dos leitores não têm depósito de informações para formar juízo crítico, acredita que cavalo tem chifre.

    REPASSEM COM DÓ

    Até mesmo os comentários que os ingênuos colocam para reforçar a mensagem ou denúncia são repetitivos, tipo “repassem sem dó”. Outro selo que pensam que atesta a veracidade da informação é aduzir “a fonte é confiável”. Eles pensam que foram os primeiros a receber o material comprometedor repassado por um amigo. O amigo não é fonte, é elo de corrente.

    MAMI NÃO!

    Estamos inaugurando uma nova era na diplomacia mundial. Adeus luvas de pelica. Antigamente, contendores largavam um aviso prévio do tipo “não mete minha mãe no meio”. Hoje, estão metendo a mulher do desafeto no meio. E ainda há lugar para “mentiroso” e “idiota”. Temo a volta dos duelos tão comuns nos séculos passados. Só que em vez de enferrujadas e imprecisas garruchas com os duelistas caminhando 10 passos em direções opostas, para não acertar mesmo, hoje é .45 com meio passo cada um em direção oposta. É para não errar mesmo.

    Marketing político

    A cerimônia de entrega dos troféus do “1º Prêmio CAMP da Democracia” acontecerá dia 29/08, a partir das 17h, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). Serão distribuídos 67 troféus para 23 categorias de campanhas eleitorais, governamentais e de defesa de interesse do Marketing Político. Entre os concorrentes estão, por exemplo, as campanhas de João Doria, Fernando Haddad, Henrique Meirelles, Romeu Zema, Flávio Dino, Helder Barbalho e Alexandre Kalil.

    O júri – formado por 69 profissionais, entre associados, especialistas e grandes nomes do mercado da Comunicação do Brasil – colaborou com um total de 2.023 votos julgando critérios como “Eficiência política”, “Criatividade” e “Qualidade de produção”. Já na categoria de “Contribuição para a Democracia” apenas os associados ao CAMP possuem direito a voto e escolheram o movimento RenovaBR como o ganhador desta edição.

    Antes da cerimônia de premiação, haverá um painel que integra o Digitalks Expo Fórum. O debate “Um novo momento para o Marketing Político e para a Democracia Participativa” contará com a presença da diretora-executiva do RenovaBR, Irina Bullara, do professor da ESPM, Emmanuel Públio Dias, além dos estrategistas políticos Gil Castillo e Lula Guimarães.

    O CAMP é apartidário, busca diálogo com todas as esferas de poder para a promoção de uma Reforma Política mais conectada com a vontade popular e com a realidade do mercado. Entre as atividades do seu 1º ano, estiveram a assinatura do termo de cooperação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no combate à disseminação de notícias falsas e do manifesto da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) pela aprovação da Lei de Proteção de Dados Pessoais. Em junho do ano passado, lançou a web série chamada “Diálogos da Democracia” e, em dezembro, realizou o “1º Seminário: Estratégia, Comunicação e Democracia” em Brasília (DF).

    Em 2019, o CAMP foi finalista da categoria “Associação do Ano” do Reed Awards, premiação organizada pela principal revista deste segmento, a Campaigns & Elections. Antes disso, já havia sido reconhecido por entidades internacionais como a Associação Latinoamericana de Consultores Políticos (ALACOP) e a Graduate School of Political Management (GSPM) da The George Washington University (GWU), que parabenizaram seus integrantes pelos avanços que estavam promovendo no debate por regras mais claras e justas durante o período eleitoral.

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  • O mistério do chumbo desaparecido

    Publicado por: • 27 ago • Publicado em: Sem categoria

    O coronel Dudu, que nem coronel era, mas ganhou essa fama, foi escolhido para dar um fim ao sumiço de barras de chumbo usadas pelos linotipos, máquinas de escrever monstruosas que usam chumbo derretido para a composição de letras nas gráficas antigas, no caso da gráfica oficial do RS, a Corag. Ninguém conseguia descobrir o furo da bala, e o Dudu era a última esperança dos mocinhos.

    O nosso bom coronel, um gordo baixinho e careca, mas com um bigode de gradear bosta, uma espécie de detetive Hercule Poirot abatumado, arranchou no prédio da Corag por um mês. Não viu o furo da bala. Pressionado pela comissão do governo que o escolheu, ele já estava quase desistindo.

    O ponto de fusão do chumbo é baixo e os vapores deste metal causam uma doença severa chamada saturnismo. O antídoto usado na época era leite, quem operava as linotipos tinha que tomar dois litros por dia, fornecidos de graça pela gráfica ou pelas empresas jornalísticas. Pois foi bem aí que Dudu foi salvo pelo gongo.

    Certo final de expediente, o coronel Dudu passava pela portaria quando viu um funcionário atrapalhado para bater o ponto e ao mesmo tempo segurando dois litros de leite em garrafas de vidro usadas na época. Prestimoso, correu e pegou os dois litros para deixar o funcionário com as mãos livres para bater o ponto.

    – Nããão!!!

    A exclamação saiu da boca do aflito funcionário. Instante depois, Dudu compreendeu. Não conseguiu segurar as garrafas e elas se espatifaram no chão.

    No meio do lençol de leite derramado, viam-se duas barra de chumbo.

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  • A pausa que não refresca

    Publicado por: • 27 ago • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Pelo menos um terço do tempo dos jornalistas é dedicado ao medo. Medo de ser demitido.

    EFEITO CONTRÁRIO

    Os mais cínicos dirão que, de certa forma, as diatribes do Capitão trouxeram dinheiro dos países ricos para ajudar o Brasil a combater as queimadas, ajuda que não viria se ele não fosse quem ele é em matéria de metralhadora giratória.

    QUEDA, DE NOVO

    O governo do presidente Jair Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 39,5% dos brasileiros, segundo indica a pesquisa do instituto MDA em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). O trabalho mostra que 29,4% dos pesquisados consideram o governo ótimo ou bom e 29,1%, regular. Em fevereiro, esses índices eram de 39% e 29%. Ou seja, a fatura chegou.

    PORÉM…

    …nunca saberemos se a cauda dessa queda se deve à continuação da fraqueza econômica (e de renda, portanto) ou por suas declarações que uma parcela não quantificada da classe média acha de mau gosto, pelas queimadas/desmatamento, e que peso elas têm.

    CARGA PESADA

    Não é o caso de minimizar a presença da militância apoiando Sérgio Moro e Jair Bolsonaro no último domingo nas capitais. Quem viu a aglomeração de gente na avenida Goethe em Porto Alegre até se surpreendeu, tanto que a EPTC teve que fechar as duas vias da avenida, coisa que só acontecia em época de campanha eleitoral.

    SEM FILTRO

    Há uma sutileza nessa reação de apoio ao Capitão, por mais que ele seja criticado pela verborragia sem filtro. Parte da sociedade brasileira, não se sabe o porcentual, é como ele, antes mesmo de ele ser eleito e até antes de ele ser deputado. Ou seja, Bolsonaro é seu profeta. Veio para retroalimentar essa fatia social que detesta o politicamente correto. E como dizer “nós não caminhamos sós”.

    GUERRA MUNDIAL

    Bolsonaro não tem um ano de mandato, portanto, ainda é cedo dizer se ele aguenta o rojão até o final do mandato, ou as tais “forças ocultas” citadas por Jânio Quadros – quem falou em forças terríveis foi Getúlio Vargas – vencerão a guerra. É muita pressão de parte da grande imprensa. Getúlio não aguentou, mas o caso dele foi o “mar de lama” que recobria o Palácio do Catete inteiro.

    FALTOU A CAPA

    O recente encontro reservado entre Moro e o presidente está sendo traduzido e turbinado pela imaginação. Por estas vozes, Moro teria confrontado Bolsonaro na base de ou eu ou eles. Não há nenhuma prova sólida para comprovar essa hipotética áspera discussão. Então fica meio difícil que ela tenha ocorrido pelo simples fato de que os jornalões já teriam arrumado um jeito expresso de divulgá-la de uma forma ou outra. E na capa.

    ALIÁS…

    …não será tarefa fácil demitir Sérgio Moro, se é essa mesmo a intenção. Moro não cria problemas em público e sua popularidade está intacta mesmo depois do episódio dos vazamentos. É mais um nome para se botar no quadro das apostas da sucessão presidencial, se esse for seu desejo.

    O BRASIL QUE FUNCIONA

    Desafiando o futuro, mais uma vez

    Francisco Gomes Neto – Presidente e CEO da Embraer:

    Quando cheguei à Embraer há cerca de 100 dias, me chamou atenção a resposta dada pela equipe ao querer saber o que a fez a empresa se tornar um ícone global da indústria aeronáutica e colocar o Brasil em um seletíssimo grupo de países que fabricam aviões: “É o desafio que nos move”, respondem todos na Embraer. Ou seja, milhares de engenheiros, projetistas, mecânicos e técnicos movidos por uma paixão por superar desafios que parecem impossíveis.

    Pode parecer um exagero para quem não é tão familiar à indústria aeronáutica, mas a Embraer foi muito além do que se imaginava naquele agosto de 1969, quando a empresa foi criada pelo governo federal. Um projeto do Estado brasileiro, tendo à frente a Força Aérea Brasileira e visionários como Ozires Silva.

    Ao longo desses 50 anos, a Embraer produziu mais de 8 mil aeronaves e, hoje, a cada 10 segundos, um avião brasileiro decola em algum aeroporto do mundo. Somos a terceira maior fabricante de aviões do mundo, com reconhecimento internacional em todas as áreas que atuamos: na aviação comercial, líderes de mercado no segmento de até 150 assentos; na aviação executiva, um dos principais players com uma ampla linha de jatos (oPhenom 300, por exemplo, é o jato executivo mais vendido no mundo há sete anos em sua categoria); na área de Defesa, estamos lançando o KC-390, maior aeronave já produzida no Hemisfério Sul e que irá mudar a dinâmica do segmento de cargueiros militares e civis.

    Mas o que poucos sabem é que a Embraer não fabrica apenas aviões. A empresa também desenvolve sistemas de controle de tráfego aéreo, de satélites, radares e soluções para indústria naval e segurança cibernética, além de mobilidade aérea urbana – temos um time, por exemplo, dedicado ao desenvolvimento do nosso “carro voador”, ou melhor, veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVtol, na sigla em inglês).

    Tudo isso graças a uma forte cultura de inovação, alimentada por um sistema de parcerias com universidades, centros de pesquisa, startups e outras empresas no Brasil e no exterior. Apenas em 2018, a empresa publicou 93 patentes, sendo 23 no Brasil e 70 no exterior.

    A parceria com a Boeing na aviação comercial e na comercialização do KC-390 também irá fortalecer a empresa em um novo momento do mercado global, no qual fornecedores e concorrentes passam por um processo de consolidação. Alianças estratégicas fazem parte da história da empresa e são essenciais para abrir novos mercados, ganhar escala, gerar oportunidades para a nossa engenharia e fornecedores brasileiros.

    Com tudo isso, não tenho dúvidas que a Embraer irá crescer e multiplicar seu valor de mercado ao longo dos próximos anos. Vamos manter o espírito dos pioneiros de desafiar o impossível e, dessa vez, expandindo nosso alcance em terra, mar, espaço e ciberespaço.

    SENAR-RS INOVAÇÃO

    A inovação também estará presente nas atividades promovidas pelo SENAR-RS durante a 42ª edição da Expointer, de 24 de agosto a 1º de setembro. As ações serão realizadas na esfera do programa Juntos para Competir, realizado em parceria com a Farsul e o Sebrae-RS com o objetivo de organizar e desenvolver as principais cadeias produtivas do Estado por meio de capacitação e integração do setor, melhorando a qualidade dos produtos e agregando valor à produção agropecuária.

    As iniciativas voltadas à área da inovação irão ocorrer no Pavilhão Internacional, onde serão instalados nove estandes com startups focadas no agro com produtos diferenciados, especialmente para três cadeias produtivas (carne bovina, vitivinicultura e queijos). Haverá demonstração de produtos e interação com o público. Também será montada uma arena de inovação, em que está prevista a realização de ao menos quatro talks – conversas ou palestras ligadas à inovação, com apresentação de tendências e novas tecnologias, conforme explica o coordenador do escritório de Inovação do SENAR-RS, Renan dos Santos. A programação completa e os horários dos eventos podem ser conferidos no site do SENAR-RS.

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