• Nós, os otários

    Publicado por: • 11 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    Há algum tempo, ouvi que as vinícolas queriam reavivar o frisante, vinho com gás que era muito consumido nos bailes e reuniões-dançantes dos anos 1960. A questão é: de qual vinho me hablas, chefia? O daquele tempo dava azia até em copo de bicarbonato. Tudo dava cefaleia, inclusive o champanhe, que hoje chamam de espumante. Não só. Uísque nacional, “conhaque” feito de gengibre, o gim que teria matado metade da família real britânica. Bebíamos muito mal, então, menos os riquinhos, que podiam pagar produto importado.

    Mesmo assim, era preciso ter muito cuidado. Da destilaria até a mesa do bar, a cadeia era enorme e, com frequência, um ou mais elos da corrente sabotavam a bebida da forma mais perversa possível. Meninos, eu vi. Em meados dos anos 1970, a Veja descobriu que o scotch Monk’s em botija de barro, escocês de boa família e que era muito consumido nas boates, não era vendido nesta embalagem. Veio até desmentido da empresa quando um casal de repórteres da Veja foi à noite ver o que o povaréu descolado bebia.

    O Brasil é, antes de tudo, um otário. Por isso tem tanto vigarista.

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  • Vice

    Publicado por: • 11 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    O vice-presidente Hamilton Mourão – nesta semana, presidente em exercício – é o palestrante convidado da reunião-almoço de amanhã da Câmara Brasil Alemanha de Porto Alegre. Desde a manhã de ontem a lotação estava esgotada. Jornalistas out. Nem pensar. No Sul, Mourão tem prestígio barbaridade. Acho que nunca tivemos um vice tão prestigiado como o general Mourão, Bem, ele é do ramo.

    DE NOVO

    Vamos ver o que o filho 02 do Capitão, o vereador carioca Carlos Bolsonaro disse textualmente: “Por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá tão rapidamente”… Evidentemente que, em seguida, veio um tsunami de comentários em sentido contrário, incluindo o vice Hamilton Mourão. De certa forma, ele deu uma de tio, mas a tarefa deveria ser abraçada pelo pai.

    MARIMBONDOS DE FOGO

    O governo Bolsonaro está se especializando em queimadas em área que já sofreu incêndios. Incluindo o filme do Capitão. Por mais que a gente queira entender – em vão – como pode pessoas públicas – como os dois manos – mexer em cachopa de marimbondo justo quando o pai está embaixo dela.

    ARTILHARIA ANTIAÉREA

    Vamos combinar uma coisa: um bocado de brasileiros assinaria embaixo da declaração de 02. O que não significa que ele – eles – estejam certos. O Brasil já sofre com uma democracia que tem tremendas falhas. Nem por isso vamos derrubar o avião nacional. Imagino que o DNA da família leva-a a cutucar onça com vara curta, dia sim e outro também.

    BARRACO NA VIZINHANÇA

    Sempre há a possibilidade que não sejam improvisos ao sabor das circunstâncias, que faça parte de um plano adrede planejado. Do ponto de vista estratégico, é uma burrice. O Capitão já comprou briga com a Europa e países vizinhos, a Argentina de Macri, colega em espírito de Bolsonaro, e com o Chile de Sebastian Piñera. Fê-lo por que qui-lo?

    BOMBARDEIO DE SATURAÇÃO

    Daria para entender – mas não para concordar – se a economia brasileira estivesse bombando, o que não é o caso. Desta vez, “bombar” adquire outro significado. Em suma, o Capitão (ou seus filhos) abre um front novo por dia. Militar que é, sabe, ou deveria saber, que abrir vários fronts nunca foi uma boa estratégia. Com ressalva que no hospital ele não deve ter instruído o filho 02. Aliás, nunca deve ter instruído. É combustão espontânea.

    SAÚVAS DO NOVO MILÊNIO

    Na questão da lista tríplice da PGR, pode-se não concordar com a escolha de Augusto Aras, mas é fato que o presidente está arrostando uma corporação. Que ele sempre criticou, aliás, e não só ele. Todos nós sabemos que o corporativismo é hoje o que a saúva foi no passado. Só que ele não explicou a coisa por esse lado.

    PARADA OBRIGATÓRIA

    Mas tudo o que escrevi acima já foi dito e repetido. Sob esse aspecto, nada de novo no front. Então vou parar com o “mas onde vamos parar?”.

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  • O BRASIL QUE FUNCIONA  

    Publicado por: • 11 set • Publicado em: Caso do Dia

    No próximo dia 13, o advogado Eduardo Lemos Barbosa, especialista em responsabilidade civil/indenizações (casos de acidentes aéreos), será o coordenador do II Simpósio de Direito Aeronáutico, a partir das 8h50, totalizando 7 horas de aula, na AASP (Associação dos Advogados de São Paulo). As aulas serão presenciais e telepresenciais.

    Com o sistema de transmissão ‘ao vivo’ via satélite, será possível o envio de indagações ao palestrante durante a exposição. Estarão presentes representantes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). A promoção é da AASP junto com a ENA (Escola Nacional de Advocacia) da OAB Nacional.

    Imagem: Freepik

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  • Os azares do Osni

    Publicado por: • 10 set • Publicado em: A Vida como ela foi

    O chargista gaúcho SamPaulo usava um personagem azarado a quem deu o nome de Sofrenildo. Às vezes, ele me confidenciava, o Sofrenildo sou eu, mas só às vezes.

    Pois eu tenho um colega de redação do Jornal do Comércio de Porto Alegre que é o próprio. O Osni. Ele já foi confundido com segurança de bingo e pastor de igreja, por usar sempre terno preto. Da outra vez, deu um banho de mostarda em clientes de uma lanchonete. Exasperado por não conseguir abrir o sachê, deu um golpe nele com a garrafa de refrigerante e amarelou todo mundo em frente e laterais.

    Ontem, ele mais uma vez ele fez jus ao nome. Foi a uma lotérica e um funcionário gentilmente o convidou para entrar na fila dos idosos, mesmo que ele não fizesse questão, obediente às regras como é.

    O motivo de ele inicialmente rejeitar o convite foi o fato de que, no caixa preferencial, a fila era enorme. Já no guichê normal, não havia ninguém. Estoicamente, cumpriu o dever de idoso.

    Imagem: Freepik

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  • Inversão de pauta

    Publicado por: • 10 set • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Nesta entrevista ao Estado, Garman diz que, ao contrário do que aconteceu nos últimos cinco anos, “agora é a economia que vai pautar a política”. Segundo ele, a “retórica belicosa” de Bolsonaro “não é o principal motivo” de retração dos investidores internacionais. O cenário externo nebuloso, também não. Em sua visão, o que mais afeta hoje a percepção dos estrangeiros em relação ao Brasil é a lenta recuperação da economia.

    PAUTA ETERNA

    Claro que os caminhos assim como os descaminhos têm o dom de mudar a economia, mas, ao fim e ao cabo, sempre foi esta última que comandou o processo deste país irregular, que mais avança para os lados do que para a frente. No caso do Capitão, tenho insistido – eu e muita gente boa –  que os sinais de recuperação econômica são evidentes, diminuição continuada do desemprego, inflação baixa, PIB em alta (mesmo sendo pouco), entre outros.

    A CÉSAR O QUE É DE CESAR

    O pensamento majoritário é que as queimadas, as frases descabeladas e opiniões que sacodem o mercado doméstico e a abertura de fronts eternos fazem o cidadão comum se arrepiar todo. Não, não é isso. O que atormenta o cidadão é o medo de perder o emprego e o lamento pelo andar de lesma da recuperação.

    ALVO ERRADO

    Bolsonaro tem reiterado que as MPs que desobrigam as empresas e agora as prefeituras a publicar até editais de licitação em jornais impressos é dirigido aos grandes jornais que o atacam. Pois é, mas é como dar um tiro com uma 12. O chumbo se espalha geral. A pretexto de castigar os grandes, a MP 896 publicada ontem quebra os pequenos.

    O GERENTE DO MEIO

    O que falta no governo (e nas empresas privadas) é o que eu chamo de gerente do meio. É o cara que vê a hora de trocar a bateria do relógio de parede, essas coisas. Os governos não têm gerente do meio. Será que os ministros e secretários não se deram conta do perigo do desaparecimento dos jornais do interior, com desemprego e toda a cadeia.

    PRESSÃO DE QUEM?

    Ouvi que o Congresso pode vetar a MP 896, que dispensa prefeituras especialmente da publicidade legal. Sei não. Para os elas, a economia é bem vinda ainda mais que ano que vem teremos eleições municipais. Prefeitos gostam de folga no caixa, um Papai Noel fora de época.

    O FUMO DA COBRA

    No meu entendimento, a border line do governo Bolsonaro vai ser ultrapassada se recriarem a CPMF ou nome que derem. É o mais cruel dos impostos, porque incide a cada movimentação financeira. Aí, meu doutor a cobra vai fumar.

    O BRASIL QUE FUNCIONA

    Será hoje a Solenidade de Abertura das atividades alusivas ao Mês de Aniversário de Criação dos Cursos Jurídicos no Brasil – Auditório do 7° no IARGS – 17h30.

    Inovação em saúde é tema de debate de Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo o país na Santa Casa de Misericórdia Porto Alegre. Nos dias 11 e 12, dirigentes e executivos das 50 maiores Santas Casas e hospitais filantrópicos do país estarão reunidos em Porto Alegre para debater um tema central para o seu presente e futuro: a inovação na saúde.

    O evento será realizado no Centro de Inovação da Santa Casa e terá como objetivo central a consolidação de uma rede de inovação em saúde para Santas Casas e hospitais filantrópicos. Para Julio Matos, diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre e um dos idealizadores da iniciativa, “a atuação em rede para a inovação é fundamental, pois viabiliza a diminuição dos custos de pesquisa e desenvolvimento e, o principal, estende soluções de melhorias da eficiência assistencial, entre outros avanços, a milhões de pessoas, em especial aos usuários do SUS”.

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