• Naufrágio do restaurante (final)

    Publicado por: • 25 nov • Publicado em: A Vida como ela foi

    Restaurado, surgiu um problema oposto no Restaurante Dona Maria: passou a enfrentar alagamentos a cada chuva mais forte, coisa de uns 20 centímetros de água, um horror. Quando isso acontecia, um fleumático Ernesto não saía da mesa, só pedia um engradado vazio de cerveja e nele botava os pés. E ali ficava como se um Buda austríaco fosse.

    Certa noite, veio um toró dos diabos. Minutos depois, a casa quase boiava, a maioria dos clientes se mandou. E seu Ernesto e eu sentados sem dar pelota para o dilúvio, comendo salsicha bock e queijo Port Salut.

    Foi então que ouvimos um barulho esquisito vindo do fundo, um chap-chap-chap de alguém caminhando com água pelos tornozelos, quase aquaplanando. Era o médico. Veio direto em cima do Moser e então falou com carregado sotaque nordestino.

    – Aí, seu Ernesto, quer dizer que depois de pegar fogo, a casa agora vai a pique?

    Dito isso voltou para a sua mesa e para seu seu harém, fazendo chap-chap-chap de novo. Silêncio. Sempre que conversava, o austríaco Moser tinha o cacoete de pegar um palito e bater nele com o paliteiro, à guisa de martelo.  Pois depois de ouvir essa, o palito só não ficou cravado na mesa de madeira porque quebrou antes.

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  • A grande dúvida

    Publicado por: • 25 nov • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Se as eleições municipais de 2020 vão ou não continuar polarizadas entre esquerda-direita divide analistas. Pelo que tenho observado, essa dicotomia seguirá dominando o cenário nacional por um bom tempo, mas a questão é outra: na eleição municipal, até que ponto um lado ou outro será determinante para escolher não só o prefeito, mas também os vereadores? No meu entender, a ideologia ficará em segundo ponto em boa parcela do eleitorado.

    OBJETO DE DESEJO

    E o que o eleitor quer? Eficiência. De preferência comprovada. E também quer distância dos partidos. Votar no candidato só porque ele é do partido tal é regra apenas uma faixa bem à esquerda e igualmente outra de direita, mas bem menor. O povo,  o povo de que tanto se fala, está porrr aqui com os partidos.

    COMO ERA VERMELHO MEU VALE

    Tudo somado e diminuído, as águas ainda estão turvas para ver em que direção os peixes estão nadando. Mas uma coisa é certa. A esquerda, especialmente o PT, perdeu o glamour que atraía a classe média nos anos 1990. Não só pelos escândalos, mas porque se revelou um tambor, bate faz um barulhão, fura não tem nada por dentro. Não por nada, estão sempre trazendo à tona os idos de 1964. Falta-lhes futuro.

    A GRANDE CERTEZA

    Não estarei dizendo novidade, mas a pior coisa que podia ter acontecido para o PT aconteceu: Lula livre. Um mártir sem martírio não existe. Dias Toffoli conseguiu a proeza de “desmartirizar” o chefe maior, o semideus, o rei da cocada preta. Ele ainda terá influência, evidentemente, mas elegerá cada vez menos postes.

    O FUNIL

    Pela assiduidade com que comparecem nas páginas dos nossos poderosos rotativos, o Rio Grande do Sul só tem um escritor, Erico Verissimo, e um poeta, Mário Quintana.

    CAUSOS DO OSNI

    Conversa entre duas jovens que escutei nas minhas idas e vindas de micro-ônibus pelas ruas de Porto Alegre.

    – Amiga, eu me considero muito idiota! Falou a primeira; já a outra, perguntou:

    – Por quê?

    E veio a explicação.

    – Amiga, eu me considero idiota pelo fato de estar sempre pedindo atenção e carinho ao meu namorado. Ele, mesmo presente, está sempre no celular.

    A outra então concluiu.

    – Eu também vivo assim e desabafo com a minha psicóloga.

    Então eu fiquei pensando e fiz um paralelo.

    Em tempos passados, a reclamação que se ouvia é de que os namorados eram “grudentos”, vai ver porque não tinham celular.

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  • O menino é o pai do homem.

    • Machado de Assis •

  • Direito de Família

    Publicado por: • 25 nov • Publicado em: O Brasil que funciona

    IARGS convida: 26 de novembro/2019 – Grupo de Estudos de Direito de Família – Reflexos da Violência Contra a Mulher nas Relações Familistas – Dra. Aline Eggers – Sede do IARGS 12h.

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  • As coisas mudam…

    Publicado por: • 24 nov • Publicado em: Caso do Dia

    Fiquei sabendo de uma boa. Um site tri de esquerda, como se diz por aí, contratou jornalistas “de direita” porque sentiram queda de leitura precisamente por esse motivo. Botei aspas porque para a esquerda quem não é da tchurma sempre é de direita.

    …LULA QUE O DIGA…

    O Estadão publicou uma matéria em que Lula reconhece que não há muitos nomes para disputar a prefeitura de São Paulo em 2020. Tanto que cogita até em convidar Marta Suplicy (sem partido) a voltar ao partido de estrelinha para botá-la na chapa. Marta ficou conhecida na década de 1970.

    FALTAM NOVOS

    Em outros estados o PT tem o mesmo problema: não surgiram quadros novos. É tudo da velha guarda. O caminho é a volta ao passado.

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