• Pré-carnavalescas

    Publicado por: • 21 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    Onde foi que o ministro Augusto Heleno errou quando falou que o Congresso chantageia o governo na proposta orçamentária?

    ERA UMA VEZ NO OESTE

    Aí por 1972 cobraram do então todo-poderoso ministro da Fazenda Delfim Netto uma postura mais firme do governo com relação às estripulias do sistema bancário. Pacientemente, ele explicou que a economia brasileira estava em estágio de crescimento e, por isso, correções tinham que ser pontuais. Disparou uma frase que ficou célebre: primeiro vem o faroeste, depois vem o xerife.

    OS IMPERDOÁVEIS

    De lá para cá houve um bocado de tiroteios entre os sucessivos xerifes e os pistoleiros que chegavam na cidade. Algumas vezes, o xerife é que era o bandido. Em outras, os pistoleiros não estavam nem aí para o homem da lei. Alguns até foram presos, mas o OK Corral versão Pindorama era o que mais se tinha.

    SEM LEI E SEM ALMA

    Tanto os xerifes quanto os pistoleiros driblavam as regras estabelecidas. Fechava-se um olho para eventuais irregularidades em nome do crescimento da cidade. O xadrez daquela construção modesta onde se lia “Sheriff” abrigava muito ladrão pé de chinelo, mas poucos grandalhões. Tudo em nome do progresso, não necessariamente da ordem.

    NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS

    Ao mesmo tempo em que se conseguia pelo menos um arcabouço de país decente e estruturado, o ouro que atraía o bandido também trazia muitas prostitutas trazidas pelas diligências da Wells Fargo, que sentiam o cheiro do metal, mesmo que ele não o tivesse. As portas vaivém da taberna tinham justamente essa função, facilitar a entrada e também a saída do sistema.

    MATAR OU MORRER

    Além dos garimpeiros, aventureiros, vinham aos magotes tal qual mariposas são atraídas pelas lâmpadas a querosene do saloon. Muita gente ficou rica e cada vez mais rica, outros quebraram e se quebraram. Era do jogo. Como nas mesas de pôquer da taberna, às vezes alguém sacaneava e o prejudicado sacava do Smith Wesson 44 cuja bala perfurava o atrevido. Não raro, alguém dava tiro no próprio pé.

    O ESTRANHO SEM NOME

    Nessa jogatina toda era inevitável, e ainda é, que algum outsider entrasse de mansinho na roda, ganhasse os tubos rapidamente e saía da cidade sem que alguém tivesse guardado suas feições e nome. Uma tacada no mercado futuro ou alguém com informações privilegiadas virava e ainda vira bilionário.

    PISTOLEIROS DO ENTARDECER

    Era uma subespécie de manhosos do mundo que hoje chamamos de Mercado de Capitais. Esperam pacientemente o momento certo para dar um tiro certeiro na pessoa certa, E viram lendas.

    POR UM PUNHADO DE DÓLARES

    Esse é o nome do jogo. No fim, tudo se resume a isso.

    MEU ÓDIO SERÁ TUA HERANÇA

    Inevitável. No faroeste financeiro, aí dos perdedores. Só lhes resta odiar aquele que venceu.

    PENSAMENTO DO DIAS

    Se você não pertencer a uma minoria, hoje, está ferrado.

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  • A felicidade é como a pluma/Que o vento vai levando pelo ar/Voa tão leve/Mas tem a vida breve/Precisa que haja vento sem parar.

    • Felicidade, de Vinicius de Moraes •

  • Como aprendi a andar de bicicleta

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: A Vida como ela foi

    Eu e muita gente aprendeu a andar de bicicleta tripulando o bicho desta forma. No meu caso, final dos anos 1940, com 6 anos não alcançava os pedais sentado no selim. O jeito era dar uma de caranguejo, As bikes das mulheres não tinham a barra central para evitar que, ao subir e descer, mostrassem as pernas. Para impedir que as saias longas entrassem pelos aros, havia uma rede fina nas rodas. Mas, como na minha pequena São Vendelino, as bicicletas para mulheres eram poucas, o jeito era improvisar como o menino da foto.

    No início dava uma trabalheira danada manter o equilíbrio. Quando se pegava a manha, era fácil. Em linha reta, a bike ficava com uma inclinação de 15 graus; nas curvas, tinha que ser braço (e perna) para manter a trajetória. Colocava-se o corpo como pilotos de moto de corrida, mas a dificuldade mesmo era quando se fazia a curva à esquerda. Várias vezes, arrastava a bunda no chão e lá se iam os fundilhos.

    Confesso que levei muito tombo, especialmente quando queria me gabar para minhas primas de Porto Alegre, quando pintavam lá nas férias. Também enveredei mato de amaricá adentro. Todo lanhado, mas orgulhoso do meu feito. Mas a emoção maior foi quando consegui tripular a bicicleta enorme do meu irmão Paulo pela primeira vez. Rapaz, que momento. A vida era boa e o mundo era justo.

    Foi bom enquanto durou.

    Foto da Página Amo Roça, da por Luiz Fernandes no Grupo do Face “Montenegro de Ontem” 

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  • Da série QUE FIM LEVOU

    Publicado por: • 20 fev • Publicado em: Caso do Dia, Notas

    IMG_20200219_205833O que temos hoje é tudo menos Carnaval. Momo abdicou ou foi assassinado por músicas alienígenas.

    A VERDADE ESCONDIDA

    Tenho falado e insistido desde o início do pânico do coronavírus – agora Covid-19 – que ele estava mais para bug do milênio que para a peste do Juízo Final. De fato, venho acompanhando o número de casos e a taxa de óbitos do bichinho, que não sai dos 2,3%. Baixa, portanto, em relação aos vírus anteriores.

    A VERDADE INCOMODA

    Ontem, recebi um e-mail do médico Luiz Pereira Lima, especialista nesta área. Eis seu relato:

    “A divulgação da gravidade do coronavirus foi desproporcional à sua virulência. A mortalidade não é de 2.3% dos infectados. É infinitamente menor! Este percentual corresponde aos indivíduos que apresentam sinais e sintomas da doença e não da totalidade dos infectados. Para possíveis milhares de portadores um pequeno número apresenta a doença. É claro que nunca uma taxa de mortalidade pode ser considerada desprezível, todavia os números, quando não manipulados, mostram a verdade dos fatos”.

    UM LUGAR AO SOL

    Por que multinacionais e grandes empresas brasileiras apoiam a esquerda quando não a subsidiam? Por um lugar ao sol. Se não podes vencer um inimigo, junte-se a ele, já ensinavam os romanos no tempo de Júlio César. É sempre bom ser companheiro de viagem, quem sabe pode ser útil no futuro. Com uma ressalva: assim como as nações, as empresas não têm amigos, têm interesses.

    DE ISRAEL PARA A AMAZÔNIA

    O 6º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército usa uma técnica israelense para construir estrada em terreno pantanoso na Amazônia. Coloca pentágonos de material especial no chão, enchendo-os em seguida com areia. Depois completa-se a estrada. Dura 10 anos.

    PENSAMENTO DO DIAS

    A posição mais ridícula que a humanidade criou foram os dois dedos indicadores erguidos nos bailes de carnaval.

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  • A imprensa sempre acaba por impor a verdade da notícia no lugar da notícia da verdade.

    • Artur da Távola, colunista do jornal O Globo nos anos 1970/80 •