Os perigos da inércia
O rame-rame venezuelano deixa espaço para uma pergunta que sempre me fiz: por que alguns povos são elétricos, pulam como lagartixas na água fervente se a economia vai mal enquanto outros se deixam fritar sem realizar ações para escapar da inércia governamental?
Não é de hoje que a oposição ao regime é fraca. Até que melhorou com Guardió, mas durante décadas era palpável que a sociedade venezuelana carecia de potência para desalojar os que deixaram o país em destroços. Houve um ano em que a oposição nem mesmo quis disputar a eleição.
Ah, mas, mas ela perderia. Olha aqui, não tá morto quem peleia e como já disseram vários pensadores e estrategistas o pior erro é não tentar. A própria natureza funciona assim, tentativa e erro. Surgimos dessa teimosia. Mas é a polícia que intimida e vai em cima de quem ousa protestar e cambiar as coisas.
Países latinos (e católicos) são assim, dóceis na sua maioria, cpom poucas exceções.
Remadores de galés I
Durante o verão o Rio Grande do Sul vive uma espécie de clima casa grande e senzala. Na primeira, faixas consideráveis dos três poderes estão em recesso – apenas o executivo está na luta porque trocaram os e os titulares do ritmo. Os demais estão viajando ou vivendo entre o mar e o bar ou se entregam ao dolce far niente, o não fazer nada.
Remadores de galés II
Já a senzala é a parcela da população que, a rigor, se enquadra na categoria de remadores de galé. A única diferença com os tempos antigos é que hoje a maioria rem carteira assinada, ou simplesmente não podem deixar a peteca cair em outras atividades, mourejando de sol a sol. E que sol! O mundo não é justo.