Os indignados
Nos 13 anos que trabalhei na Rádio Bandeirantes e outros dois ou três salteados em emissoras de grupos de comunicação em que trabalhei, sempre achei graça no modo como se comportam os jornalistas da latinha, do microfone. Desde os tempos antigos, em que os caras empostavam a voz como se fossem Deus tonitruante entregando as Tábuas da Lei a Moisés, até os que se achavam galãs enfatizando algumas vogais. Por exemplo, padaria, acento no primeiro A.
De alguns anos para cá, acentuou-se o que chamo de jornalismo de interjeição: É vergonhoso, alguém tem que fazer alguma coisa (quando fazem de afogadilho, normalmente fazem cacaca)! Que horror, isso tem que parar! Mais o indefectível, e o governo não faz nada!, todos com pelo menos meia dúzia de pontos de exclamação vocal. Afora a overdose de indignação.
Nunca vi disso, a história contada por interjeições.