Os desocupados
Tenho notado uma sensível diminuição em quantidade e número de participantes dos protestos de rua em Porto Alegre. Claro, não é ano eleitoral, então nenhum político ou vereador infla seu balão demagógico com o gás da irrealidade. Por exemplo, em anos anteriores, a passagem de ônibus podia subir um centavo que os caras iam para a rua gritar que era uma exploração dos malvados empresários sobre os pobres oprimidos, mesmo que apenas 20 ou 25% paguem em dinheiro – a maioria é isenta ou ganha vale-transporte.
O protesto na frente da prefeitura contra a recente correção da tarifa – e não aumento – reuniu 50 pessoas a pau e corda. Tenho por mim que não só o povo cansou dessas papagaiadas como os próprios movimentos não galvanizam mais seus fiéis servos. Aliás, em todos os tipos de protestos o que menos se via era gente do povo, porque ou estava indo e vindo ou trabalhando.
Protesto ideológico é para desocupado, em regra.