Os culpados de sempre
Algumas coisas que não entenda na mídia. Aliás, muitas. Olhem o texto desta nota:
Pelo quinto mês consecutivo, o índice de roubo de cargas cai no Rio de Janeiro. Os números do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, em agosto, foram registradas 673 ocorrências, 20% menos em relação ao mesmo mês do ano passado (843). Entretanto, o número de homicídios por intervenção policial aumentou, no mesmo período, em 150% passando de 70 para 175 registros.
O país dos coitadinhos
Da forma como nós da imprensa escrevemos as coisas hoje, dá a ideia de violência policial ou do exagero do uso da força armada. Os assaltantes e outros criminosos foram mortos exatamente por sua condição e não porque a Polícia fica aí dando tiro em qualquer um. Evidentemente que, às vezes, há excessos, mas como exceção. É a política do coitadismo.
Por falar nisso…
Este foi o título de um livro escrito na década de 70 pelo jornalista Emil Fahrat. É o que somos. Mais que isso, queremos ser coitadinhos.
Rua vazia, rua cheia
Essa moda começou a ganhar músculos a partir dos anos 1970, segunda metade em diante. Como diziam nos protestos, bandido também é gente. E é. Só que gente criminosa. Não estou aqui para fazer louvação ao matraquear das metralhadoras, até porque o combate à criminalidade é algo mais complexo e requer soluções conjuntas, mas era comum se queixar da falta de PM quando se era assaltado e reclamava também quanto via PMs “demais” na rua.
Tudo como sempre
Além do mais, os argumentos a serem esgrimidos são outros. Para começar, a legislação branda, o instituto de condicional e largar os mais tenebrosos criminosos após alguns anos de prisão, a falta de presídios e, aí sim, a ausência de uma política nacional de segurança digna desse nome.
O de sempre
Os candidatos falam que vão criar essa política, mas os candidatos de eleições anteriores também prometeram o mesmo e nada aconteceu. De boas intenções o inferno está cheio. Nada que já não saibamos.
Ficha cadastral
Ainda não saiu – e não sei se um dia sairá – o perfil socioeconômico dos venezuelanos que foram acolhidos no Brasil. Quantos são profissionais liberais, quais as profissões, quantos têm expertise em serviços e quais seriam eles. E se se dispõem, quando sem canudo, a encarar qualificação a sério. Eu titulei “ficha cadastral”, não “fica policial”, antes que me acusem de preconceito. Afinal, qualquer brasileiro que se candidate a um emprego e até para conseguir crédito na loja da esquina precisa disponibilizar estes dados.