Os cabelos do Pavilhão

6 jan • A Vida como ela foiNenhum comentário em Os cabelos do Pavilhão

Anos 1990. Eu e o então vereador Luiz Fernando Záchia, presidente da colenda porto-alegrense, nos encontramos num evento qualquer em curso na sede da Associação Atlética Banco do Brasil, AABB. Entre um canapé e outro – que eu ainda chamo de salgadinho – o Záchia me contava que seus cabelos embranqueciam rápido demais.

– Não descarto tingi-los e até fiz testes com produtos americanos, alemães, caríssimos, mas que sempre deixam aquela cor de caju.

– É como mulher que faz plástica – concordei. – Mulher que faz plástica fica com cara de mulher que fez plástica.

Nisso adentra o recinto o veterano e aposentado zagueiro gremista Airton, o Pavilhão, então com 60 e tantos anos, cabelo mais negro que as asas da graúna. E obviamente tingido, mas parecendo perfeitamente natural. Záchia ficou espantado.

– Tu pinta o cabelo, Airton

– Claro, né vereador.

– E como é o nome desse produto importado?

Pavilhão passou a mão pela farta melena.

– Não lembro, mas não é importado coisa nenhuma. Compro do camelô que fica na boca da Galeria do Rosário.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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