Os batedores

21 jan • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em Os batedores

Registro, mas não com pesar, a extinção dos batedores de carteira. Até meados dos anos 1970 era uma profissão que exigia longo treinamento. A maioria, ou pelo menos, os melhores, eram cariocas. Na época, perguntei a calejados delegados de Polícia de Porto Alegre porque razão eles vinham para cá. Ninguém deu uma resposta satisfatória, mas eu alvitro uma. O gaúcho não tinha desconfiômetro na frente, imagina na retaguarda – guardava-se a carteira no bolso de trás da calça.

MENINOS, EU VI

Com esses olhos que a terra há de comer um deles abrir a bolsa de uma mulher que subia os degraus da porta de um ônibus da linha aeroporto, tirar a carteira de dinheiro dentro dela, tirar o dinheiro e devolvê-la à bolsa. Tudo isso em poucos segundos. Quase – eu disse quase – tive vontade de bater palmas.

O ATALHO DO CRIME

Os mais arrojados conseguiam até subtrair carteiras do bolso interno do paletó. Nestes casos, um cúmplice dava o clássico esbarrão para distrair a vítimas. Esse tipo de ação era feito pelos chamados “mão leve”. E bota leve nisso. A profissão desapareceu porque exigia prática e habilidade e, então, os nossos criminosos atalharam com facas, revólveres e pistolas.

PARADA DURA

Maduro pediu arrego aos EUA. Disfarçadamente, mas pediu. Aquela linguagem de não querer, mas já querendo, tipo estou aberto para um novo tipo de relação. O diabo é que esses caras encarapitados no poder com a retaguarda colada com Superbonder na cadeira residencial, teceram tantas teias de aranha que, para realmente querer discutir a relação, precisa antes dizer ao povo que la revolución seguirá impávida.

AS BANANAS

Bem, é um leve aceno, afinal de contas. Talvez infrutífero, mas indicador de que a economia venezuelana foi à matroca. E não é de hoje. Agora, Nicolás Maduro precisa sair da bananosa em que se meteu. E com Trump, vai ser uma parada dura.

PELEGOS ESTENDIDOS

“Todas as tardes, eu venho aqui, pensar na vida, curar ferida, tentar entender por que não venci, se tanto lutei. Lembrar de ti, que tanto amei. A brisa traz uma canção. Vem de estância da redondeza. Espanta a tristeza, que estende os pelegos por aqui”.

(*) Extraído do blog de Cláudio Vogt (www.escritorcfvogt.blogspot.com.br). A tristeza que estende os pelegos por aqui é muito bom.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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