Os amigos que não se falam
Todos nós temos amigos ou amigas que não conhecemos, pelo menos não conhecemos bem. Ao longo da vida, na escola, na universidade, nos locais de trabalho comuns, vizinhos de prédio ou de rua que vemos todos os dias, pessoas simpáticas com você nunca falou ou falou pouco, mas que moram no nosso coração. É uma admiração silenciosa derivada de um contato visual em que, logo de cara, faz a gente gostar dela embora não sejam os tais amigos íntimos.
Mas são. Durante toda a minha vida, tive colegas ou vizinhos com quem troquei algumas palavras afáveis e triviais que se enquadram nessa categoria universal, paradoxalmente, de amigos íntimos, embora distantes que não raro nem sabemos bem o que fazem e como vivem, no máximo a profissão sabemos. E quando algum deles sai da sua vida diária, se aposenta ou morre, dá uma saudade imensa da pessoa. Então nos lastimamos tardiamente, por que a gente não conversou mais, não se interessou mais pela sua vida?
Tenho muitas amigos assim. Igual a ar condicionado no carro, só de saber que ele está lá já nos conforta. E quando desaparecem, a cidade não parece não ser mais a mesma. Nem a vida.
Amigo Albrechet!
Acertou na mosca, como sempre, através de um texto curto, objetivo e certeiro. Todos nós temos inúmeros amigos íntimos-distantes que, sim, estão sempre presentes para o que der e vier.
Parabéns, abração!