5 ago • Caso do Dia, Notas • Nenhum comentário em Onde é a primeira?
Nos meus tempos de aeroclube havia uma piada recorrente, a do capiau que sentou no cockpit de um jato e perguntou onde ficava a primeira. Pois tem muita autoridade fazendo a mesma pergunta. A ideia de abrir primeiro as indústrias de Porto Alegre por duas semanas para fechar 15 dias depois e assim sucessivamente, merece o Prêmio Nobel da Marcha Ré. Como se fosse apenas ligar e desligar a chave de luz do quarto.
ME BELISCA!
Mas parece que era bode na sala. Só que a catinga ficou. Um empresário que ouviu a proposta se beliscou para ver se estava acordado.
TRICAS E FUTRICAS
Os jornalões dedicaram parte das manchetes dos últimos dias para analisar as tricas e futricas da sucessão da Mesa na Câmara dos Deputados. Digam uma coisa: quanta gente está interessada na disputa de poder de suas excelências? Em alguns jornais até o necrológio está desinteressante. E olha que morre gente pra caramba.
PROVÍRUS
Quando surgiu o Proálcool, no final dos anos 1970 início dos 80, a indústria automobilística encomendou uma campanha para enfrentar a resistência dos proprietários de automóveis à nova bebida dos motores. O mote era “Carro a álcool, você ainda vai ter um” . Soava mais como ameaça que aviso de resignação. Passados 40 anos, o mantra pode ser aplicado às presentes circunstâncias: Coronavírus, você ainda vai ter um.
NA BERLINDA
Em condições normais de temperatura e pressão, os problemas de saúde do Papa Francisco estariam na capa de todos os jornais e espaços nobres da TV. Mas como as redações estão mais magras do que modelo com bulimia, a dolorosa erisipela que afeta o rosto do papa quase passa em branco. O que leva a outra questão.
DESERTO DE INFORMAÇÕES
Não há número preciso de jornais do interior que pararam de circular, cada um com papel importante para as comunidades e também como abastecedores de jornais das respectivas capitais. Estes, por sua vez, também estão subnutridos de profissionais. Suas antenas perderam a sensibilidade de captação.
VIAJANDO NO ESCURO
Resumindo, não sabemos mais o que realmente está acontecendo no Brasil afora informações relacionadas ao vírus e consequências macroeconômicas . E olhe lá. Então se antes da pandemia já não contávamos a história como ela é, agora vivemos o deserto da informação.
Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.
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