Oh, que delícia de barraco!

6 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em Oh, que delícia de barraco!

 Uma maravilha o barraco entre o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o doleiro Lúcio Funaro e o executivo da JBS Ricardo Saud, que estão vendo o sol nascer quadrado na Papuda. Pelo relato do Estadão, durante o banho de sol, Funaro disse a Saud que iria matá-lo. Geddel reforçou a ameaça, dizendo que também iria matar Saud. Foi a vez do agredido responder com o melhor estilo briga de guri

 – Cala a boca, Gordo!

Se eu fosse o Geddel processava Saud por bullying. Isso pode traumatizar uma pessoa pelo resto da vida. Onde estão os direitos humanos numa hora dessas?

 Para ser completo, o barraco tinha que ser como nos tempos de guri. Cuspir no chão e gritar:

 – Apaga meu cuspe se tu é bem homem!

 O adversário ia lá e não só apagava o cuspe como traçava uma linha horizontal.

 – Pois quero ver tu apagar meu risco, maricas!

 – Ah é, é, ah é, é…

 Papo de quem não tem resposta na ponta da língua. É neste momento que se deve aproveitar o titubeio e dar uma bela de uma porrada no desafeto. Já fiz essa maldade muitas vezes, embora sempre tendo um plano B para escapar caso ele seja duro na queda. Mas havia outras variáveis de ataues verbais.

 – É tua mãe!

 – Não mete minha mãe no meio, que meto no meio da tua!

 – Ah é, é, ah é, é?

 O looser campeão era o do “ah é, é?” Era fortão mas não era de nada. Para tripudiar mais ainda, a gente cantarolava uma quadrinha, a mãe de todas as ofensas.

 – Teu pai vai pro trabaio/Tua mãe pro randevu/Tua irmã vai…(rima com caliça)/Teu irmão vai dar…”rima com randevu)*

 A única resposta era:

 – Ah é, é, ah é, é?

 No caso dos três ratinhos, só tenho uma dúvida: de que lado ficaram os colegas de cadeia?

 * (Rendez-vous, expressão francesa exportada para designar locais para encontros sexuais)

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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