O viajante do tempo

9 mar • A Vida como ela foiNenhum comentário em O viajante do tempo

A prova que é possível viajar no tempo é Leonardo da Vinci. Há cientistas admiráveis do passado que viram e previram coisas que só agora existem. Engenheiros e arquitetos que usaram técnicas desconhecidas por seus pares, bacteriologistas, pintores e escritores, mas nenhum foi tão multifacetado como Leonardo da Vinci. Não é possível. Ou ele recebia visitas ou mensagens extraterrenas ou ele viveu em algum tempo do século XX ou XXI e tenha inventado uma forma de viajar no tempo para visitar o passado, para o tempo do Alto Renascimento, cerca de 1500.

Vivo fosse, Leonardo da Vinci faria aniversário dia 15 de abril. Até a biografia pode ter sido invenção dele – filho ilegítimo de um notário e uma camponesa, nascido em 1452. Nem vou falar do pintor Leonardo, nem da Mona Lisa e outras obras monumentais. Fixo nele como inventor que antecipou catapulta, helicóptero, submarino entre outros, e o Da Vinci anatomista e estudioso do corpo humano.

Minha convicção, no entanto, se verdade for, encerra um monstruoso paradoxo. Se Leonardo foi mesmo do nosso tempo, poderia ser apenas algum gênio “normal”, escultor, cientista, engenheiro e arquiteto brilhante que, por algum motivo, não conseguiu ser bem-sucedido. No que diz respeito às invenções, qualquer um de nós pode fazer desenhos toscos de aviões, submarinos, helicópteros, e como pintor poderia ser capaz de desenhar o corpo humano, seus músculos e tendões- mas hoje, não no século XVI. Por isso deixou sua vida documentada nos 12 Códices, livros de anotações, desenhos e diagramas. O valor monetário dessa coleção de cadernos é incalculável.

A gloriosa dúvida é se ele resolveu morrer em 1519, aos 67 anos, antes de empreender a viagem de volta para o futuro. Essa seria a tragédia suprema, a não ser que ele tenha conseguido voltar para o futuro de onde veio, preferindo morrer no anonimato rindo da ignorância humana.

Como o gênio falou, “quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a morrer”.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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