O uísque do Salim
O publicitário Jorge Salim marcou época não só no seu ramo mas também como homem da noite. Foi dele, em sociedade com Fernando Vieira, aquela que foi considerada a melhor casa noturna da história recente de Porto Alegre. Dono da agência Arauto, costumava reunir amigos para almoços divinos preparados por sua cozinheira. Comida simples e gostosa.
Também o bar que mantinha na sua sala estava sempre bem fornido de bebidas de todos os tipos, incluindo destilados com dezenas e dezenas de ano. Certa feita, foi visitá-lo um conhecido vereador, gente fina e ótimo parlamentar. Mal sentou na cadeira apontou o dedo para a prateleira de uísques atrás do Salim.
– Quero aquele.
Salim olhou para trás e viu que ele apontava um Royal Salut com rótulo verde.
– Então é sempre no meu, justo o mais caro da coleção – resignou-se. – Com gelo?
– Não, puro, cowboy.
– Algo mais, excelência?
– Sim, um cafezinho por favor,
Salim chamou a servente que lhe entregou o pedido. O vereador pegou o café e o misturou com o uísque. E o turco olhando, estupefato.
– Estragou os dois, hein? Só falta uísque com guaraná…
O edil concordou.
– Também gosto.