O terço que preocupa

13 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O terço que preocupa

Jovens brasileiros nascidos no século XXI serão 32% da população brasileira até final deste ano. É um terço, barbaridade de gente. A primeira coisa que ocorre na cabeça da gente é como e onde essa massa conseguirá emprego. Também deve ser feita outra pergunta: quantos desses 32% não querem nada com o basquete e vivem na casa dos pais?

MAL DO SÉCULO

É um fenômeno mundial esse da geração Z, também chamada de nem-nem, nem estuda nem trabalha. Todo mundo tem pelo menos um desses vagos na família. O pior é que eles se julgam com direito divino de não trabalhar. Educação, mal do século, relaxamento, falta de tenência, a consciência de vida curta e outra consciência, eles são jovens e sabem disso. Mesmo na vagabundagem.

BOM JOUR TRISTESSE

Digamos que desses 32% um terço quer trabalhar, mas não consegue emprego, um terço vai à luta e certamente terá um, e o terço restante seja nem-nem. O que estes últimos pensam da vida? Pois vos direi uma coisa. Isso não é novidade. Entre as duas guerras mundiais havia essa condição de curtir a vida ao máximo. O oposto, o culto pela depressão, era chamado de mal do século. Forçava-se esse estado de espírito, e o suicídio era cultuado. Teve até esse filme do título da nota.

EU SOFRO MAS EU GOSTO

A música brasileira copiou da Europa o culto à solidão, as canções dor-de-cotovelo. Antes da Bossa Nova era quase só que dava, pelo menos em termos de classe média. Houve um caso que nunca sai da minha cabeça. Quando estava na faculdade, uma conhecida que só se vestia de preto, não se pintava e vivia macambúzia era o retrato dessa geração deprê. Certa manhã, estava entrando no bar do Centro Acadêmico, e ela saindo.

A GRANDE VIRADA

Surpreendentemente, sorria. Perguntei a ela como estava naquela bela manhã. Ela fechou a cara.

 – Muito mal. Acordei bem.

 O QUE MANTÉM…

…o mundo girando é o consumo, mas não é apenas comprar aquela camisa ou um eletrônico qualquer. Isso é uma das pontas do consumo, o comércio. Tem que considerar que você viaja para o exterior a bordo de um transatlântico e além das compras a bordo, compra a camisa e um eletrônico qualquer em algum país que não o seu.

AMANSA POVO

Então a economia precisa desesperadamente do consumo em massa. A outra forma de amansar uma massa é a religião ou religiões. Especialmente as que não admitem qualquer leitura nas entrelinhas dos seus respectivos textos sagrados.

 QUEM TE VIU…

Nos anos 1970, tempo dos militares, a palavra de ordem do governo era “poupe”. Foi aí que a Caderneta de Poupança com seus cofrinhos virou febre. Todo mundo tinha uma. Nasceu um filho: Abre. Batizado de afilhada? Abre outra.

…QUEM TE VÊ

E qual é a palavra de ordem hoje? Gaste.

O BRASIL QUE FUNCIONA

O IARGS promove hoje palestra da advogada Daniela Eppinghaus Cirne Lima Sfoggia sobre o tema “A Nova Lei de Proteção de Dados. O fim dos termos de uso que ninguém lê”, a partir das 12h, integrando o Grupo de Estudos de Direito de Família, às 12h, no quarto andar do instituto.

Mais informações: 3224-5788.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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