O sumiço da informação
Como em todas as atividades humanas, a informação também tem sua cadeia, que começa em algum longínquo recanto rural da Azerbaijão e chega até nós através de repassadores diversos. Chegava. Com a pandemia, os elos da corrente acabaram se rompendo atacadas por um novo tipo de ferrugem, a do corte de custos que, ao fim e ao cabo, implica em corte da qualidade.
Imagem: Freepik
Nos jornais impressos brasileiros foi muito pior. Por uma série de motivos, entre eles a voragem do dia a dia, o número cada vez menor de leitores, a queda na receita publicitária pela mudança no jeito de anunciar concorrência da internet, a tendência de só ler frases curtas e – sejamos francos – o gosto pela desinformação, levam-nos ao caminho da quase extinção.
Jornal na internet? Não sei se ainda vale, mas há algum tempo uma pesquisa do Google mostrou que o tempo médio que um leitor passa na versão web de um jornal é de 4,8 segundos. Que seja o dobro, triplo ou um minuto, é pouco. O leitor olha a “capa”e só fisga o peixe mais graúdo.
Contudo, falta alguém em Nuremberg. Os jornais impressos do século XXI estão sendo ofertados com a mesma espinha dorsal do século XX. Em outras palavras, não estão entregando o que o leitor gostaria de ler. Para piorar, o jornal é pequeno para tanta notícia, mesmo com redações completas em quantidade e qualidade, principalmente este último fator. O impresso não desaparecerá, mas serão edições para uma minoria.
Nos tempos em que o jornal era o grande veículo, a cobertura das grandes capitais tinha a ajuda das sucursais. No interior gaúcho, tanto a Caldas Júnior quanto a RBS criaram as centrais do interior, com jornalistas locais. Vinha de tudo e mais um pouco, dava para abastecer as redações com folga. No início, ano 1973, a melhor cobertura era da antiga Caldas Júnior, e sabem quem a criou? O ex-governador e jornalista Antônio Brito.
Me lembrei do correio do povo de domingo que saia aos sábados a tarde .. só de anúncio de emprego era uns dois cadernos …tempo..tempo…..