O sumiço da informação

22 fev • Caso do Dia, Notas1 comentário em O sumiço da informação

Como em todas as atividades humanas, a informação também tem sua cadeia, que começa em algum longínquo recanto rural da Azerbaijão e chega até nós através de repassadores diversos. Chegava. Com a pandemia, os elos da corrente acabaram se rompendo atacadas por um novo tipo de ferrugem, a do corte de custos que, ao fim e ao cabo, implica em corte da qualidade.

Imagem: Freepik

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Nos jornais impressos brasileiros foi muito pior. Por uma série de motivos, entre eles a voragem do dia a dia, o número cada vez menor de leitores, a queda na receita publicitária pela mudança no jeito de anunciar concorrência da internet, a tendência de só ler frases curtas e – sejamos francos – o gosto pela desinformação, levam-nos ao caminho da quase extinção.

Jornal na internet? Não sei se ainda vale, mas há algum tempo uma pesquisa do Google mostrou que o tempo médio que um leitor passa na versão web de um jornal é de 4,8 segundos. Que seja o dobro, triplo ou um minuto, é pouco. O leitor olha a “capa”e só fisga o peixe mais graúdo.

Contudo, falta alguém em Nuremberg. Os jornais impressos do século XXI estão sendo ofertados com a mesma espinha dorsal do século XX. Em outras palavras, não estão entregando o que o leitor gostaria de ler. Para piorar, o jornal é pequeno para tanta notícia, mesmo com redações completas em quantidade e qualidade, principalmente este último fator. O impresso não desaparecerá, mas serão edições para uma minoria.

Nos tempos em que o jornal era o grande veículo,  a cobertura das grandes capitais tinha a ajuda das sucursais. No interior gaúcho, tanto a Caldas Júnior quanto a RBS criaram as centrais do interior, com jornalistas locais. Vinha de tudo e mais um pouco, dava para abastecer as redações com folga. No início, ano 1973,  a melhor cobertura era da antiga Caldas Júnior, e sabem quem a criou? O ex-governador e jornalista Antônio Brito.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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One Response to O sumiço da informação

  1. Paulo disse:

    Me lembrei do correio do povo de domingo que saia aos sábados a tarde .. só de anúncio de emprego era uns dois cadernos …tempo..tempo…..

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