O remédio do monsieur Henri
Na edição de ontem mostrei uma foto dos anos 1960 com duas presenças nacionais, o Bom Bril e a Casas Pernambucanas. Hoje é a vez de uma esquisitice sobre rodas, um ônibus ou que quer que seja esse estranho veículo adaptado pelas conhecidas pastilhas Valda. Olhem o que é aquela lata gigante grudada (pregada?) na lateral do veículo. A imagem não diz em qual cidade circulou esse monstrengo, mas acredito que seja no Rio de Janeiro. Hoje, a Valda está ativa e vende mais de 100 produtos diferentes, produzidos pela Cannnone do Brasil.
Mas a história da sua criação é supimpa. Ela foi criada pelo farmacêutico Henri Canonne, que as vendia nas estações de trem de Paris no final do século XIX início do século XX. Henri achava acertadamente que a porta para infecções era a garganta. O curioso é que Valda era um nome de mulher muito comum nos países germânicos, então Henri batizou sua pastilha de Valda – nome associado a poder, força.
Na farmacinha lá de casa sempre tem uma latinha de pastilha Valda. Quando eu era pequeno, minha mãe me dava pastilha Valda caso o gargarejo com água quente saturada com sal iodado não resolvesse o problema. Creiam-me gargarejo com essa mistura não falha nunca. Minha amigdalite sumiu com esse processo, e uma gengivite que infernizou minha vida por três dias no internato do Colégio São Jacó, hoje campus Feevale em Hamburgo Velho, fugou com os gargarejos.
Faço justiça a quem me receitou esse “tratamento”, um irmão marista chamado Nilo, que conhecia ervas e tinha uma para cada doença. Mas gargarejar na rua é complicado, então vamos de Valda.
Provisoriamente.