O que houve?
Pensei que as edições de sexta-feira repercutiriam a pesquisa Ibope que avaliou o governo Bolsonaro e ele próprio. Foi bem ampla e com resultados enganosos, como escrevi no JC. Sua popularidade e a do governo caíram na média, mas no Sul subiu. Dá para dizer que não foi catastrófica a queda e em parte até que foi positiva (para o governo). Talvez por isso que o assunto tenha morrido logo após sair da casca.
A CORRIDA DO DESTINO
Interpretar pesquisas pode ser como a anedota do tira-teima entre russos e americanos durante a Guerra Fria. Cada um dizia que tinha os melhores atletas do mundo, então a ONU organizou uma corrida de 100 metros rasos entre um americano e um soviético. Quem ganhasse levava seu país à ordem de melhor do mundo nos esportes olímpicos.
O JEITINHO COMUNISTA
A disputa se deu em país neutro, na Suíça. O cara que dava o tiro do revólver para assinalar a largada era neutro também, tudo para evitar malandragens que dessem ou tirassem milésimos de segundo que fossem. O americano venceu com folga. No comentário da corrida, foi essa a manchete do jornal Pravda:
RUSSO TIRA O SEGUNDO LUGAR, AMERICANO FICA EM PENÚLTIMO.
CAIXA ALTA, CAIXA BAIXA
Algumas esquisitices das redações que resultam em dor de cabeça não atingem o leitor. É o chamado manual da redação, e cada um tem o seu. Como escrever siglas, por exemplo, se em maiúsculas ou minúsculas (caixa alta e caixa baixa) como a empresa, órgão, governo quer, ou se precisa se adaptar às regras do manual. O primeiro e melhor manual de redação foi do melhor jornal que li, o JB, Jornal do Brasil. Tão bom que foi copiado por grande parte dos demais jornais.
O MANUAL DO JB
A regra do JB ensinava que para uma sigla com consoantes deveria ser grafado em minúsculas (caixa baixa) mesmo que a assessoria de imprensa ou agência de propaganda mandasse em alta, claro. Por exemplo, Sesi, Sicredi, Sinborsul, Ceee, Petrobras, Bndes (que eu nunca digeri); se as consoantes dominassem a sigla, era obrigatória a caixa alta, como BB (Banco do Brasil), CRT. Mas cada determinação abria um leque de exceções. Por exemplo, governo, prefeitura, estado.
MISTURANDO AS BOLAS
O certo era governo brasileiro ou Governo do Brasil; Estado do Ceará quando era a pessoa jurídica, digamos assim. Em minúscula era o estado geográfico, mas por que prefeitura de Canoas tinha o “p” e Governo do Estado, “G”? Mas aí os alegres rapazes da banda inventaram moda.
SAMBA DA SIGLA DOIDA
Foi o surgimento de siglas de empresas, projetos, eventos etc misturando alta e baixa, ou ainda grudadas, como FedEx, EXPObrasil, SinTur e assim por diante. Impossível decorar. Todas as exceções, então façam como eu: se arranhar, não engula. Por isso eu prefiro BNDES.
UM BICHO-PAPÃO DO CAMPO…
O blog já comentou o combate a uma praga que está destruindo o bioma pampa e nossos pastos. Vindo da África, o capim-annoni encontrou condições propícias para sua proliferação no Rio Grande do Sul. O gado não gosta, o capim é abrasivo, lixa os dentes dos animais, o que reduz sua vida útil, e para piorar é difícil de exterminar, só pode ser controlado. Está em tudo quando é lugar, inclusive na beira das rodovias – as sementes são carregadas pelos pneus doa caminhões.
…QUE PODE SER CONTROLADO
Aí é que entram o Senar-RS e a Embrapa Pecuária Sul, que promoveram palestras no interior para apresentar o Método Integrado de Recuperação de Pastagens: Mirapasto, que tem se apresentado como uma alternativa eficaz no controle desta planta, que é confundida com outras que surgem no campo. O sistema foi desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sul e organizado pelo Senar RS, especialista em ensino rural.