O ponto futuro
Estrategicamente falando, sob a ótica do ponto futuro e de ações e reações, a turma do não ao impeachment, acampada na Praça da Matriz de Porto Alegre, é que deveria estar no reduto do sim, no Parcão. O governo Dilma está liquidado e estará mais liquidado ainda mesmo se o Senado rejeitar o impeachment. Terão todas as desculpas do mundo pelo fracasso da gestão petista.
Digamos que a corte revisora rejeite o processo de impeachment. Neste caso, o presidente da República de fato será Lula. Ele terá que fazer um milagre que nem Jesus no milagre das multiplicação de pão e peixes se arriscaria a prometer: colocar a economia de volta aos trilhos em poucos meses.
Se o Senado der curso ao processo, Dilma fica fora por meio ano, e aí, adeus, Tia chica. Mesmo voltando lá adiante. Se Michel Temer for confirmado presidente – pode não, porque se prevê nova batalha judicial – ele terá mais tempo, especialmente se conseguir formar um ministério de notáveis e de ação rápida. Em ambos os casos, teremos um longo e tenebroso inverno de sacrifícios pela frente, pelo menos dois anos a pão e água.
Qualquer bola de cristal consultada vai se recusar a mostrar um quadro mais nítido. Há muitas variáveis principalmente sociais, além de um ilustre e normalmente desagradável convidado: o senhor Imponderável.