O périplo de Mourão
A visita do vice-presidente eleito Hamilton Mourão para o evento Brasil de Ideias, da Revista VOTO de Karim Miskulin, mostrou que o general não pode ser acusado de ser um milico porra-louca como a esquerda achava que ele era. Nem ele, nem Jair Bolsonaro, aliás. No seu périplo porto-alegrense foi ao Jornal do Almoço, da RBS TV, e tirou de letra todas as perguntas marotas a ele dirigidas.
Pronta resposta
Outra coisa: nem ele nem o vice levam alguém de compadre. Em determinado momento, perguntaram se ele era contra o 13º. Mas como, respondeu, eu seria contra se eu também recebo o 13º?
Lotação esgotada
O almoço reuniu tanta gente no 22º andar do Hotel Sheraton que só havia um lugar sem gente e sem mesas, a piscina, que é bem pequena, por sinal. O deputado federal gaúcho mais votado, Marcel van Hattem, também falou no encontro. Encerrou com o desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, que discorreu sobre a importância de uma opinião pública forte como a dos Estados Unidos, quando das crises que envolveram presidentes. Foi muito aplaudido.
Ritmo da fala
Veredicto: o desembargador é do ramo, mercê até do seu ofício, mas não só por isso. Mas ele é bem acima da média. Tem conhecimento para embasar seus pontos de vista, e tem o ritmo da fala que eu tanto falo. Não adianta despejar opiniões e conhecimento sem tê-lo.
Questão de timing
Os que não são do ramo, são iguais a esses caminhões basculantes carregados de areia. Eles estacionam, a caçamba levanta e toda carga é despejada em poucos segundos. Tem que ter timing. Aquela coisa que sempre falo sobre administrar uma ideia.
Aprendi isso nos anos 1980 com um cientista político. Político que não sabe administrar uma ideia fechada, início, meio e fim, em um minuto e meio, não vai longe.
Luta feroz
Luta pelo 13º salário é feroz. Bancos, imobiliárias, fundos imobiliários, construtoras, todos correm atrás do rico dinheirinho que, teoricamente, sobra para algum tipo de aplicação. É de quem chegar primeiro.
Jornal do Comércio