O pastel da ilha
Nos anos 1970, viajei com alguma frequência para Florianópolis, e me hospedava no Hotel Querência, obviamente o preferido dos gaúchos. Naquele dia, tinha um compromisso às 9h, então acordei cedo e me mandei. Quando caminhava na rua, minhas papilas olfativas captaram um cheiro celestial de pastel novinho.
Meu radar logo captou a origem, uma lanchonete do outro lado da rua. Atravessei e logo vi um rapaz de avental branco mexendo na fritadeira. Eram enormes. Sentei junto ao balcão e pedi um, mais um suco de laranja. O atendente colocou dois pasteis em um prato grande e se afastou. Fumegava, a dupla.
– Ei, pedi um não dois!
Sem se virar, ele falou.
– Sim, mas a carne que o senhor acha que tem em um só tem em dois.