O panorama visto da ponte

13 set • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O panorama visto da ponte

É o seguinte: olhando ao gráfico da evolução das intenções de votos para Presidente nas sucessivas pesquisas, Ibope e Datafolha em especial, você chega à conclusão que, afora Jair Bolsonaro e Marina Silva, tudo está parado no tempo. O primeiro solto na frente, mas – até agora – sem novas escaladas que mereçam ser descritas como impressionantes, é o Bolsonaro. Na rabeira, quem perdeu mais intenções de voto foi Marina Silva, que caiu. Perdeu cerca de metade.

O esboço do quadro

Em política não se pode ter certeza de nada, mas desconfio que Bolsonaro está chegando ao teto. A rejeição dele é alta para que o capitão vença as eleições. Pode estar no segundo turno, mas para aí. Repito, HOJE é esse o quadro. O bloco do meio, e nem vou falar nos lanterninhas, a rigor está como no início, alguns crescendo mais, outros mantendo os mesmos patamares, mas também aí. Nada de espetacular.

Voo a confirmar

É como se dessem um Mandrake POR ENQUANTO. Não posso crer que Fernando Haddad fique apenas nos 9% ou 12%, não acredito que Geraldo Alckmin também não cresça, e Ciro Gomes avança. Mas observem bem que também aí não é espetacular seu avanço. Pode ir para o segundo? POR ENQUANTO, pode. A confirmar.

Tempos de digestão

Leva – cerca de duas semanas para que debates e propaganda eleitoral atinjam corações e mentes, tarefa dificultada pelo grande número de candidatos. Então o que se vê é a turma do Mandrake pronta para escolher, mas não agora. E se entre os que irão para o segundo tempo um deles for dos extremos, virá o voto útil.

Pragmatismo no segundo

Não é difícil acreditar que se Jair Bolsonaro for para o segundo turno com, digamos, Geraldo Alckmin, quadro em que POR ENQUANTO o tucano aparece, o PT pragmático votaria no ex-governador paulista para evitar a vitória do capitão.

Rejeição nada irreversível

E aqui no Rio Grande do Sul, hein? O governador José Ivo Sartori (MDB) deu um salto nas pesquisas bem como o tucano Eduardo Leite. A continuar como está, estão no segundo turno. Até porque o candidato do PT, Miguel Rossetto, certamente tem espaço para crescer até o tamanho da fiel militância petista. O notável é que Sartori conseguiu diminuir sua rejeição.

O ataque

Os meios castrenses estão em alerta com a declaração de Ciro Gomes. O candidato disse que, se fosse presidente, botaria o general Hamilton Moiro “em cana”. Chama-se a isso de criar um contencioso antes do fato consumado. Bem coisa do Ciro. Já lhe custou muita eleição essa língua solta demais. Caso vença, Ciro já entra sofrendo hostilidade dos meios castrenses, os meios militares. Fosse em outra época os jornais diriam que “reina inquietação nos quartéis”.

Velho e novo

O PT é o partido mais velho do país. Com exceção de alguns nomes mais novos, como Fernando Haddad, a camada dirigente é a mesma da época da criação do partido da estrelinha, nos anos 1980. Vide o Rio Grande do Sul. O único nome novo testado administrativamente era Jairo Jorge, ex-prefeito de Canoas e hoje candidato ao Palácio Piratini. Era porque hoje está no PDT.

Pauta de exportação

Abrimos mais um item de exportação. Bandidos. Um grupo de 10 assaltantes brasileiros realizou um dos maiores assaltos da história do Uruguai, conta a Zero Hora, o ataque a um carro-forte da Prosegur, em frente ao Palácio Legislativo de Montevidéu (sede da Câmara dos Deputados uruguaia). Levaram uma quantia não revelada no todo, mas em dólares foram 51 mil.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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