O pai das crianças
A toda hora nos deparamos com nomes esdrúxulos que pais colocam nos seus rebentos, alguns com o mesmo espírito de pinguim na geladeira. Agora mesmo um deputado estadual me enviou release sobre duas crianças que encontrou nas andanças pelo interior gaúcho, Stéfany e Anthony. Nem me atrevo a escrever outros, pois corro o risco de bronca por parte dos pais. Boa parte termina em “iéli ou “yeli” ou ainda “iely”, é mole? O que houve com os Joãos e Marias?
Tenho observado que pais de baixa renda querem para os filhos nomes “diferentes”. E também noto que filhos de casais de classe média alta colocam os proverbiais “Maria Eduarda”, “João Antônio” ou assemelhados clássicos, que eu acho bonitos.
O divisor de águas dos nomes esdrúxulos ocorreu quando Michael Jackson chegou ao auge da fama. Aí vieram os Michaeljaquinson e variações, todas muito dolorosas. E acho mais: foi na Copa do Mundo de 1994 que tudo começou. Logo após uma partida em que Romário fez um gol decisivo, o Jornal Nacional entrevistou os pais de um menino que nasceu bem na hora do gol. Perguntaram ao pai qual seria o nome de batismo.
– Bem, eu queria botar Romário, mas minha mulher insistiu com Maicon Jéquinson.
– E quem venceu na escolha? – perguntou a repórter da Globo
– Deu empate. Ficou Romário Maicon Jéquinson da Silva.