O novo de novo  

8 out • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O novo de novo  

A esquerda levou um baile nestas eleições. Fez poucos governadores e, mesmo assim, em estados sem grande peso eleitoral. Viu seus candidatos caírem quando começou a apuração. E, mais uma vez, o novo foi opção de grande parte do eleitorado.

Esquecemos deles

Nós da imprensa temos graves defeitos quando analisamos a política partidária. Falamos no peso dos partidos quando eles são mais leves do que plumas ao vento. Os nomes é que interessam.

A força do Interior

Veja-se o caso do deputado conservador Marcel Van Hattem, ex-PP, e agora no NOVO. Fazer mais de 345 mil votos para deputado federal é uma façanha e tanto. Desacreditado, o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP) elegeu-se em primeiro lugar para o Senado, com 2,3 milhões de votos. Carmen Flores também fez expressiva votação.

Bota o retrato do homem

Isso comprova mais uma vez que a mídia esquece do Interior. Tanto Heinze quanto Carmen Flores se rebelaram contra o partido e passaram a apoiar Jair Bolsonaro. Inclusive, o material de propaganda deles mostrava o capitão no centro das bandeiras, santinhos e outros materiais de divulgação. E nós aqui assistindo comícios na Esquina Democrática, como se ela fosse o umbigo do Rio Grande do Sul.

A boa e a má

A boa notícia para o PT é que ele tem 18% dos votos válidos. A má notícia é que ele tem só 18%% dos válidos.

Enfim…

Quero só ver o que a mídia mundial dirá da reviravolta do que nós chamamos de direita e que eu prefiro chamar de conservadores. Já se notava essa tendência há mais tempo. E, em certa dose, ela é mundial. Observem que não é volta à direita, é uma volta ao conservadorismo, que não é a mesma coisa.

…fim de um ciclo

O ciclo iniciado com a primeira eleição de Lula em que a esquerda toda, inclusive a latina, se regozijava como se a Revolução de 2017 teria a versão terceiro milênio, esgota-se. Fadiga dos metais após pouco tempo, em termos históricos.

Ah é, é?

Um candidato liga para a redação de um jornal e pergunta se ele pode falar com quem está acompanhando a eleição.

– Sobre o quê, especificamente?

– Bom – disse ele – quero ver quantos votos estou fazendo.

– Mas, cidadão, as urnas não abrem antes do fim da eleição!

– Ah é? Puxa, é mesmo. Que horas abrem?

Neste momento, o repórter pede recontagem dos votos.

Mico

O maior fiasco da campanha eleitoral 2018 foi a promessa de que as fake News seriam severamente vigiadas e extirpadas. Não só não foram retiradas como a maior parte nem mesmo foi detectada por quem de direito. Os jornais impressos ainda mantiveram o controle, porque o funil noticioso é bem estreito e passa por várias editorias.

Vencidos & vencedores

Jamais saberemos até que ponto as notícias e vídeos falsos prejudicaram um candidato e beneficiaram outro com a eventual mudança na intenção de voto. Seguramente, o eleitor menos instruído caiu nessas esparrelas em grande número. Não só caiu, como ainda espalhou para seu círculo.

Pensando melhor…

…não só o eleitor menos instruído. A turma do canudo e da conta corrente gorda também tem parcela considerável de crédulos. Por isso, acreditamos em disco voador, ETs, lobisomem, vampiro e até em promessa de campanha.

Me Tarzan, you Jane

Um dos motivos que levou o PT ao isolamento foi nunca ter dado parte do butim para partidos aliados quando esteve no poder. As queixas sempre foram desdenhadas, como se fosse obrigação dos aliados serem subservientes.

Partido Eu Sozinho

É histórico o pensamento “é tudo meu” do Partido dos Trabalhadores. Mesmo nos menores gestos e atos, ele foi sempre e, ao que tudo indica, sempre será, tocador de harpa. Já observaram como o músico desse instrumento dedilha as cordas? É sempre de fora para dentro, para junto do peito. É o popular “vinde a mim”.

É meu, tudo meu

O aparelhamento do Estado é consequência desse comportamento, de resto DNA da esquerda mais à esquerda. Quando Olívio Dutra venceu as eleições para governador do Rio Grande do Sul, em 2000, o comandante da Brigada Militar assumiu o posto bradando “assumo o comando em nome do meu partido, o PT”. Ou seja, o resto que se explodisse.

Pretensão descabida

“Em qualquer democracia que mereça o nome, a Constituição só pode ser alterada por emendas submetidas a dois turnos de votação na Câmara e no Senado e aprovada por quórum especial (60%) de três quintos.

• Nas cláusulas pétreas não se mexe. Elas estão no artigo 60 da Carta Magna.”

Esse texto é do site Espaço Vital espacovital@espacovital.com.br do meu colega Marco Antônio Birnfeld. Quem quer mudar a Constituição de 1988 na marra, digamos, assim é o candidato petista Fernando Haddad. Papel e microfone aceita qualquer coisa, mesmo promessas insensatas.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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