O milênio do medo

12 ago • Caso do Dia, NotasNenhum comentário em O milênio do medo

Quando a pandemia ainda era epidemia, o medo se instalou entre nós. Era um inimigo externo a ser enfrentado ao melhor estilo brasileiro, bater em retirada com pouca munição. Mas confiávamos na fake news que Deus é brasileiro, seguido de “mas eles logo vão descobrir um remédio e depois uma vacina”.

https://www.banrisul.com.br/bob/link/bobw27hn_promocao.aspx?secao_id=3739&campo=25503&secao_principal=2922103%20%20&utm_source=fernando_albrecht&utm_medium=blog&utm_campaign=banrifast&utm_content=centro_600x90px

Nem uma, nem outra. “Eles” seriam os laboratórios farmacêuticos e o único remédio que apareceu foi a hidroxicloroquina, e mesmo assim mergulhado em dúvidas. Também havia o vermífugo, com o princípio ativo ivermectina, que sabidamente é um derrubador de vírus tão logo dê as caras. Mas como não era novidade e era abundante no mercado, morreu na casca.

Imagem: Freepik

COMPROVAÇÃO SEM COMPROVAÇÃO

A frase mais repetida nestes tempos é “sem comprovação científica” ou similar. De  cara, reduzem a sugestão a pó de traque, mesmo que seja o efeito calmante do capim cidreira ou do chá de camomila. Não foi inventado por eles, não presta. E até faz mal.

A ERA DA BRILHATURA

O passo seguinte foi a guerra da brilhatura. Essa é mais nacional, embora possa ser guerra mundial também. Faz parte do ser humano especializado. Tudo pelos 15 minutos de fama. Dá a impressão de zumbis muito vivos escalando os muros da cidade sitiada.

www.canoas.rs.gov.br/coronavírus

No tempo das frases de para-choques de caminhão, havia uma inesquecível: Pra que orgulho, se a terra come?

A ERA DA DIVERGÊNCIA

O passo seguinte foi a instalação de medidas protetivas. Não pode isso ou aquilo, mas especialistas divergiam dos governadores e estes divergiam dos prefeitos, que divergiam dos médicos, que divergiam dos promotores, que divergiam dos juízes e tudo vice -versa.

E vocês ainda duvidam que estamos vivendo uma nova edição da Torre de Babel revista e ampliada?

A ERA DO MEDO CONSENTIDO

Temos medo do vírus e que faz a humanidade? Gosta de sentir mais medo ainda vendo filmes sobre vírus. Até hoje não encontrei nenhum médico de cabeça que me explicasse essa estranha contradição, que não é de agora.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »