O meu Big Bang
Estava eu comentando com Augusto Bisson, autor de uma magistral obra sobre o Moinhos de Vento e as tradicionais famílias do bairro, como as coisas desandaram rapidamente nestes tempos modernos. Então, perguntei quando sairia o seu segundo livro. Bisson meio que estava desanimado, a imprensa não dá muita pelota para obras que exigem pesquisa, muita pesquisa, tempo e, claro, dinheiro, essas coisas. Mas um dia sai, garantiu.
O que não me espanta é como as novas gerações sabem pouquíssima coisa sobre suas famílias e ancestrais, de onde vieram, quem foi quem, quem casou com quem, profissões, lugares onde moraram, essas coisas. E mais uma vez, esse desinteresse é bem fruto desses tempos de instantaneidade e egocentrismo. Certa vez, perguntei para uma estagiária de sobrenome ilustre na Fronteira qual o parentesco dela com essa pessoa, já falecida, criador, médico famoso, com incursões na política. Ela disse que não tinha a mínima ideia.
Dias depois ela me encarou triunfante: descobrira que esse notável cidadão fora seu avô. Está cheio de casos assim, as novas gerações não sabem e nem querem saber.
Como se o Big Bang tivesse acontecido quando eles nasceram.