O maxilar emperrado

1 set • A Vida como ela foiNenhum comentário em O maxilar emperrado

O plantonista de um pronto-socorro é chamado pela enfermeira para tratar de um paciente estranho. Ele simplesmente não consegue fechar a boca, na realidade, pior que isso. O queixo está quase encostando no gogó, e sua aflição é enorme. Ele escreve um bilhete dizendo que emperrou o maxilar. O doutor logo vê que ele deslocou o maxilar, que não volta à posição original. Pega o rosto do cara e, com jeitinho, vai movendo para cima e para baixo até que, ufa!, o paciente consegue finalmente fechar o bocão.

– Doutor, o senhor não sabe o alívio que sinto. Estava assim há mais de hora, uma coisa horrorosa! É para ver o que dá uma roda de boteco.

O médico ficou curioso.

– Como assim, roda de bar?

Movendo o maxilar inferior para recuperar plenamente o controle, ele conta.

– Foi uma piada. A piada era tão boa, e o cara sabia contar tão bem, que desandei a rir. Ri tanto que desloquei o maxilar.

– Interessante. Deve ter sido uma piada realmente boa para dar esse efeito. Eu gosto de piadas. Qual era?

O cara contou. O médico riu tanto que alguma coisa também emperrou no maxilar e ele não conseguiu mais fechar a boca. Aflito, correu pelos corredores procurando um colega.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

FacebookTwitter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

« »