O livrinho de sacanagem
Houve tempo em que os gibis chegaram a ser proibidos sob alegação que despertavam a violência latente no ser humano. Não falo do Brasil, mas dos Estados Unidos. Entre o final dos anos 1940 e início dos 1950, um político americano encetou uma cruzada para proibi-los.
No Brasil, pais e mães zelosos também proibiam que seus rebentos lessem HQ fora da Disney. Ao que eu saiba, nenhum serial killer começou motivado pela leitura de gibis.
Outras literaturas abriam as portas do desejo sexual entre a gurizada, a pornografia em forma de livros e desenhos. O mais conhecido é o Zéfiro. Quando você tinha de 13 ou 14 anos em diante era inevitável que chegasse às suas mãos. Os pais nem sonhavam que seus rebentos os liam, especialmente debaixo das cobertas ou no banheiro, entrando e saindo com ele entre a pele e a barriga.
Tinha um em especial que reinou e reinou bem reinado porque o título era baseado em obra do escritor Oscar Wilde. Só que em vez de “O Retrato de Dorian Gray” era “A Vida Amorosa de Dorian Gray”. Era um conto narrado na primeira pessoa – o que aumentava a excitação dos menores púberes – com algumas fotos antigas. Chamávamos estes livros de livrinhos de sacanagem.
Falo neste em especial porque era o único livro que engordava depois de sair do prelo. Por um motivo que deixo à imaginação de vocês, as páginas inchavam com o correr do tempo. Era a glória esse tal de Dorian Gray. Meninos, eu li!
Olá.
Eu li o “A Vida Amorosa de Dorian Gray” quando adolescente e nunca me esqueci dele!
Procuro por este livro há tempos mas não consigo encontrar? Gostaria de ler novamente…
Você tem ele? Empresta?
Abraços,
Marcelo