O licor do prefeito
Nos anos 1970 e 1980, o ex-prefeito e ex-vereador de Porto Alegre João Dib presenteava amigos com um licor maravilhoso chamado Dona Maria. Ganhei alguns dele e me apaixonei por um em especial, o de figo. Amarro-me em figo. Sou capaz até de comer foto dessa fruta.
Lá pelas tantas, quis comprar algumas garrafas, mas ele não as vendia. Fabricava ele mesmo, receita da sua mãe, Dona Maria. Dib até me ensinou a fazer licor, mas não era assim tão fácil. O que aprendi a fazer foi um sucedâneo do Cointreau, marca interacional muito vendida no Brasil.
Era assim: pegava uma laranja bonita e atravessava com algo parecido com pauzinho de comer japonês. Colocava vodca de boa qualidade e açúcar em um vidro vazio de Nescafé e deixava a laranja por cima. No decorrer dos dias, a fruta purgava e se misturava com a vodca: depois de alguns dias virava a laranja, repetindo a operação. Ficava igual ao Cointreau. Quer dizer, malimeni.
O certo era usar álcool puro produzido pela Química Delaware misturado com água destilada em proporção que não lembro. Se eu soubesse fazer licor não estava aí dando receita e nem contando essa história, seria um próspero fabricante de Cointreau sem pagar royaltes pros caras.
Foto: Felipe Dalla Valle