O leitão da maçã
Cada ano que os argentinos vêm para nossas lúgubres praias, terrenos de fincar guarda-sóis rodeados de criancinhas correndo e espalhando areia e de marmanjos com a pior música do mundo no mais alto do volume, lembro de uma causo que assisti junto com o falecido humorista Carlos Nobre.
Era nos anos 1980 e eu foi ao Hotel Beira Mar, em Tramandaí, falar com o Nobre. Era coisa de 11h30min. A portaria o avisou e eu fiquei esperando sua descida. No salão ao meu lado, estava posta uma grande mesa redonda com um leitão de bom tamanho no centro, uma maçã na boca aberta.
Súbito, os Hermanos desceram aos magotes dos seus apartamentos. Como dizia o Rei do Furo, era uma camarilha de 30. Como nos documentários em que dezenas de hienas comem o animal recém-abatido em poucos minutos, até deixar só ossos e cartilagens. Pois os argentinos fizeram o mesmo. Quando terminaram, só restou a ossada do leitão. Até a maçã sumiu.
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