O hipnotizador

9 abr • A Vida como ela foi2 comentários em O hipnotizador

Nos meus tempos de ginásio, hoje Ensino Médio, eu já era um sujeito bem lidinho. Fascinava-me as descobertas relativas à mente e ao corpo. Eu tinha lá meus 14 anos quando li tudo sobre hipnose. Eu buscava os livros na Biblioteca Pública da cidade ou no Ginásio São João Batista, de Montenegro. Você não tem ideia de como era difícil fazer pesquisa sem o Google.

Sobre a hipnose, não cheguei a uma conclusão porque hora se dizia que era coisa de charlatão e hora, de grandes avanços no entendimento da mente e da psiquiatria.

Um dia, apareceu por lá – uma espécie do que hoje chamaríamos de showman – alguém que se dispôs a hipnotizar pessoas da plateia de um cinema. A certa altura, ele pediu voluntários. E lá me fui eu. Não lembro exatamente como foi o prólogo. Mas não teve relógio balançando na minha frente e, sim, ele fazendo gestos ou me induzindo a dormir, em outras palavras.

Ele pediu que eu pedalasse como se estivesse em uma bicicleta. Eu fiz exatamente isso, para alegria da plateia. O detalhe é que eu tinha perfeita consciência. Não estava hipnotizado coisa nenhuma. E nem mesmo houve aquele ritual “Quando eu estalar os dedos, você acorda e não se lembrará de nada.”

Não só não dormi, porque acordado estava, como lembrei de toda a pantomina. Apesar disso, até hoje estou com uma dúvida: eu fiz o que ele mandou – andar de bicicleta – por pena de que ele pagasse um mico ou eu realmente fui hipnotizado?

 

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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2 Responses to O hipnotizador

  1. João Alberto Martens disse:

    Bom dia meu caro, espero que já tenhas te recuperado da cirurgia.
    Também gosto do assunto, mas não cheguei a pesquisar ou ler muito sobre o assunto. É que no ginasial (Dom João Becker) eu tive um professor de desenho(acho que hoje não tem mais isto) que gostava do assunto e passava uma boa parte da aula falando sobre hipnotismo.

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