O golpe da bundinha
Nos anos 1970, apareceram as bolsas de mão masculinas apelidadas de leva-tudo, logo rebatizada de perde-tudo, pela facilidade de esquecê-las. Eu mesmo perdi uma duas vezes, mas quem achou devolveu. Porto Alegre tinha mais gente honesta então. A marca mais conhecida era a Capanga, da Mundial Artefatos de Couro.
Foi uma febre nacional, a Capanga vendia mais que pão quente. Com o passar dos anos, elas ficaram cada vez maiores, do tamanho de bolsa grande de mulher. Aí se botava meia casa dentro. No Rio de Janeiro, os hotéis da Zona Sul pediam aos turistas que levassem dinheiro nelas quando fossem para a praia, e uma vez na areia, tomando banho de sol, que se deitassem em cima dela, para evitar a ação dos pivetes.
Não demorou e a molecada deu um jeito. Um deles ficava atrás da vítima e outro passava pela frente e fazia cócegas nos pés do turista. Ele se levantava de imediato, e o cara às suas costas pegava a bolsa leva-tudo e se mandava.
O macete ficou conhecido como golpe da bundinha. Bem coisa de carioca.
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