O gelado e a dona Edith
A primeira vez que comi um Chicabon foi em 1959. Era uma proposta totalmente diferente da Kibon, uma mistura de picolé com sorvete. Bem, mais ou menos, porque de picolé ele só tinha o palito. Mas em nome da liberdade poética posso infringir a lógica sorveteria.
Claro que gostei. Morávamos na rua Álvaro Chaves, eu estudava no Rosário. Posso dizer que o sorvete se divide entre antes e depois do produto da Kibon. E preciso anotar que, até então, a maioria das sorveterias ofereciam apenas o de creme e chocolate, com algumas novidades, como o de morango.
Foi também nesse tempo que minhas papilas gustativas conheceram o iogurte da dona Edith Travi. Lembro dela entregando seus produtos no bar do Rosário. O de baunilha era meu preferido.
Passei alguns anos sem ter intimidades com esse iogurte. Há alguns anos voltamos a ser íntimos, e mais ainda quando a casa da rua Dr. Timóteo passou a ter tele-entrega. É minha pequena-grande alegria nestes tempos de cruel isolamento.