O furo na tampa

28 out • A Vida como ela foiNenhum comentário em O furo na tampa

Quando eu era criança em São Vendelino, tinha-se o hábito de beber refrigerante, especialmente Coca-Cola. Era caro e reservado só para ocasiões excepcionais, como nos keerbs. Isso que meu pai era comerciante e longe de ser pobre. Bebia-se muito leite, gasosa feita em casa com gengibre, uma maravilha, com sabor semelhante à Ginger Ale, levemente adocicada como no primeiro gole de Água Tônica. Nunca descobri porque cargas d’água não vem para cá.

Tomava-se também muito um xarope diluído em água com diversos sabores, fabricado pela Springer de São Leopoldo. O preferido era de framboesa. Mergulhava-se até o pão nele, à guisa de lanche. Quanto à Coca, quando eu e meus queridos primos Rui, Marlene e Jose Omar Selbach – os outros ainda não eram nascidos – bebíamos vez por outra, fazíamos um furo com prego na tampa.

Era para durar mais.

Fernando Albrecht é jornalista e atua como editor da página 3 do Jornal do Comércio. Foi comentarista do Jornal Gente, da Rádio Band, editor da página 3 da Zero Hora, repórter policial, editor de economia, editor de Nacional, pauteiro, produtor do primeiro programa de agropecuária da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, e do pioneiro no Sul de programa sobre o mercado acionário, o Pregão, na TV Gaúcha, além de incursões na área executiva e publicitário.

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